Aluna do Colégio Unesc irá competir na categoria kids a partir desta quarta-feira (1º)

Criciúma

Sobre o tatame azul, as pequenas mãos de Maria Luiza Honorato seguram um pacote preto que ainda tem colado o selo dos Correios que o lacra. Aos poucos e com muito cuidado, ela rasga o plástico e revela o que há dentro: um quimono. Mas não se trata de um quimono normal. É o uniforme que ela irá usar no Campeonato Mundial de Jiu Jítsu, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes.

Com os olhos brilhando, ela estica os braços e estende a roupa à sua frente, revelando a marca da Unesc estampada nele. Ter a vestimenta em mãos deixa a aluna do Colégio Unesc ainda mais ansiosa para a competição que inicia nesta quarta-feira (1º). “Sonhei com este campeonato. Estou preparada e muito ansiosa”, revela a menina de nove anos de idade que treinava até três horas diárias nos dias que antecederam a competição. “Vou chegar lá, colocar tudo que aprendi em prática e dar o meu melhor”, salienta.

Maria Luiza é uma atleta precoce: iniciou a prática do jiu jítsu aos três anos de idade e aos sete já participou do primeiro campeonato. Mesmo com pouca idade, ela já é uma campeã: soma 32 medalhas conquistadas, entre elas, do Campeonato Brasileiro, que lhe deu o direito de disputar o Mundial em Abu Dhabi, primeira competição internacional. Além desta, em dezembro ela participará do Circuito Europeu, na Irlanda.

“O meu pai tinha um projeto na garagem que eu olhava e sentia vontade em participar. Comecei a treinar e me divertir com eles de forma mais lúdica. Aos meus sete anos tudo ficou mais intenso com o início dos campeonatos. A participação no Mundial é parte de tudo isso que começou lá atrás”, enfatiza a pequena atleta que mais parece uma adulta falando.

Incentivo

O pai, Diego Caetano, que inclusive atua também como técnico da menina, conta que desde o começo percebeu que a filha tinha grande potencial. “No início o meu projeto era somente para adultos, mas a Maria se envolvia muito, tinha muita habilidade e utilizava o esporte como um elemento lúdico. Quando ela tinha cinco anos, organizou este arcabouço de conhecimento, foi quando, em meio à pandemia, construímos o projeto Amigos da Esperança para crianças carentes e que não tinham muita construção no contraturno escolar”, lembra.

Esta visão de Caetano permitiu a inserção de Maria Luiza na vida competitiva o que, segundo ele, deu certo, e teve como um dos resultados a conquista do título de campeã brasileira kids em 2022.

“Entendemos que ela tinha condições de ganhar esta medalha que garantiu a classificação para o único campeonato do mundo credenciado como Mundial Kids”, cita.

“Construímos toda esta ferramenta de transformação social que deu muito certo com base na figura da Maria, que se constituiu em um projeto social e agora pode alcançar o topo do mundo. Isso é algo fantástico para nós”, acrescenta.