Grafite criado em parede estratégica do campus faz parte da programação do mês voltado à temática afro-brasileira
Criciúma
Vani Anacleto, a primeira professora negra a lecionar na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), ganhou uma homenagem especial em forma de arte. A artista Monique Cavalcanti, conhecida como Gugie Cavalcanti, retratou a história e o legado de Vani em uma vibrante obra de arte que agora decora uma parede do Bloco Administrativo da instituição.
O retrato de Vani, que ministrou aulas no curso de Educação Física da Unesc por 20 anos, é uma representação colorida e expressiva, capturando a força, a beleza e a importância de sua trajetória. A criação busca estimular a reflexão sobre a representatividade e a diversidade nos espaços acadêmicos e públicos.
A liberdade de expressão e a resistência da comunidade negra são simbolizadas por meio das cores vibrantes e dos traços marcantes na obra de Gugie. Normélia Ondina Lalau de Farias, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Unesc, ressalta que o retrato é uma fonte de inspiração para futuras gerações de educadores e estudantes, representando um espaço de crescimento e inclusão.
A produção do retrato exigiu um trabalho minucioso ao longo de três dias, resultando em uma obra cativante e inspiradora. Gugie expressou sua gratidão pelo convite e o reconhecimento institucional, enquanto Vani compartilhou sua alegria por ser representada em uma arte tão significativa.
A obra, parte da programação da 3ª Semana Acadêmica Integrada dos cursos de Artes Visuais e Teatro, é uma colaboração entre a artista e estudantes do curso de Artes Visuais. Ela marca o Maio Negro e reforça a importância da preservação da memória e da história das pessoas negras, além do papel das artes visuais na promoção da igualdade e da inclusão.
Gugie, conhecida por sua expressão artística em murais, telas e performances, busca através de sua arte o diálogo e a representatividade, fortalecendo a visibilidade dos negros como protagonistas e contando suas histórias. A homenagem a Vani representa um marco na valorização da diversidade e do legado da educadora na construção de uma universidade mais inclusiva.