Cerca de 400 pessoas participaram do evento
Da Redação
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez a cerimônia de diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin. O evento começou às 14h25 e foi realizado no plenário do TSE, em Brasília. Cerca de 400 convidados estavam presentes, entre eles, parlamentares, ministros de tribunais superiores e representantes de governos estrangeiros.
Os ex-presidentes José Sarney e Dilma Rousseff também participaram da cerimônia. Do lado de fora, forte esquema de segurança foi montado para proteger a sede da Corte. A cerimônia começou com a execução do Hino Nacional pela banda dos Dragões da Independência, do Batalhão da Guarda Presidencial. Em seguida, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes
Discurso e choro de Lula
Em seu pronunciamento, o petista exaltou o que chama de democracia e não conteve as lágrimas ao relembrar a época em que ficou preso em Curitiba, bem como as críticas que recebeu em seu primeiro mandato por não ter ensino superior. Lula também fez menção a Deus, defendeu a harmonia entre os Poderes e citou o “legado perverso” de Bolsonaro.
“Esse não é o diploma de Lula presidente, é o diploma de parcela significativa do povo que reconquistou o direito de viver em democracia nesse País. Vocês ganharam esse diploma”, iniciou Lula. “Sei o quanto custou não apenas a mim”.
Ao mencionar o diploma, Lula se emocionou, chorou e seguiu o discurso com a voz embargada. “Na primeira vez da diplomação, eu lembrei da ousadia do povo em conceder para alguém, tantas vezes questionado por não ter diploma universitário, o diploma de presidente”, afirmou.
“Peço desculpas pela emoção. Quem passou o que eu passei nesses últimos anos e está aqui agora é a certeza de que Deus existe”, acrescentou. “Eu sei o quanto custou não apenas a mim, mas o quanto custou ao povo brasileiro essa espera para que pudesse reconquistar a democracia nesse País”, completou.
“Quero dizer que, muito mais que a cerimônia de diplomação de um presidente, essa é a celebração da verdadeira democracia. Poucas vezes na história recente desse país a democracia esteve tão ameaçada. Poucas vezes na nossa história a vontade popular foi tão colocada à prova e teve que vencer todos os obstáculos para, enfim, ser ouvida”, seguiu Lula.
Elogios ao TSE e STF
O presidente diplomado afirmou que não faltou quem defendesse a democracia no Brasil e elogiou a atuação do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) em meio a uma ‘indústria de mentiras e calúnias’ que, segundo ele, tentaram ‘sufocar a voz do povo e a democracia’.
“Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas eletrônicas, cuja confiabilidade é reconhecida há muito tempo em todo o mundo. Ameaçaram as instituições, criaram obstáculos de última hora, para que eleitores fossem impedidos de chegar em seus locais de votação. Tentaram comprar o voto dos eleitores com falsas promessas e dinheiro farto, desviado do orçamento público. Intimidaram os mais vulneráveis com ameaças de suspenção de benefícios e os trabalhadores com risco de demissão caso contrariasse os interesses de seus empregadores”, citou o petista, que destacou a ‘firmeza’ dos ministros na defesa da democracia e na lisura do processo eleitoral.
Alexandre de Moraes ameaça
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, disse que a diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, representa “o reconhecimento da lisura da eleições”.
Durante discurso proferido na cerimônia de diplomação de Lula e Alckmin, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral se preparou para “combater com eficiência ataques antidemocráticos contra o Estado de Direito” e os “covardes ataques e violências pessoais aos seus membros”.
O presidente do TSE também prometeu a responsabilização de “discursos de ódio e de desinformação” proferidos por grupos organizados. “Já identificados, garanto que serão responsabilizados para que isso não retorne nas próximas eleições”, concluiu.
A diplomação é uma cerimônia organizada pela Justiça Eleitoral para formalizar a escolha dos eleitos nas eleições e marca do fim do processo eleitoral. Com o diploma eleitoral em mãos, os eleitos podem tomar posse no dia 1° de janeiro de 2023.
O TSE é responsável pela diplomação dos candidatos à Presidência da República. Os deputados, senadores e governadores são diplomados pelos tribunais regionais eleitorais (TREs) até 19 de dezembro.