Presidente do TRE-SC, desembargador Leopoldo Brüggemann, destaca orgulho do Estado em colaborar com tecnologia para as eleições brasileiras
Santa Catarina cresceu e está pronta para as eleições 2022 com 5,4 milhões de eleitores registrados em mais de 16 mil seções eleitorais. O contingente aumentou em 419 mil pessoas, 7,65% votantes a mais do que em 2018. Também o número de candidaturas deve aumentar para 950 até o prazo final de registro, quase 200 postulantes a mais do que em 2018. Mas o papel do eleitor segue o mesmo: fiscalizar, fiscalizar tudo, como recomenda o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), desembargador Leopoldo Augusto Brüggemann.
Com o crescimento de Balneário Camboriú, o Estado passa a ter 11 cidades com mais de 100 mil habitantes, onde haverá voto em trânsito. Entre jovens de 16 e 17 anos, a expansão do eleitorado foi de 350% com a campanha #BoraVotar, passando de 15 mil para 55,7 mil eleitores no último ano.
Cada eleitor fará 21 toques na tela da urna eletrônica para escolher, pela ordem, deputado federal, deputado estadual, senador (com dois suplentes), governador (e vice) e presidente (e vice). No conjunto, os eleitores catarinenses preencherão 63 cargos públicos: 16 deputados federais, 40 deputados estaduais, um senador com 1º e 2º suplentes, um governador e um vice, um presidente e um vice.
Nesta entrevista, o presidente do TRE-SC destaca orgulho do Estado de, quase 30 depois da criação da urna eletrônica, oferecer ao país novo avanço tecnológico, agora com aplicativo para totalização de votos nas urnas.
Santa Catarina ainda se orgulha de ter criado a urna eletrônica?
Muito orgulho, não só da urna eletrônica como agora do QRTot, um produto interno do TRE que é leitor do boletim de urna. O ministro Edson Fachin já está ciente, mas como ele sai dia 16, a matéria ficou para o futuro presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, a quem vamos apresentar a ferramenta. É uma ferramenta que está disponibilizada ao público, é um leitor que dispensa papel e caneta para totalizar as urnas de determinada seção, zona ou município. Com o aplicativo é só correr o celular sobre os boletins de urna, onde tem o QRCode e chegar ao resultado particular daquela seção. O aplicativo é público. Quem quiser pode pedir, mas eu quero que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral endosse o TRE dizendo que pode ser usado nacionalmente. Se não der, paciência, mas o eleitor já poderá fazer esse uso. Minha expectativa é a maior possível assim como deve ter sido a daquele quando criou a urna eletrônica. É um projeto que nasceu aqui e vamos levar ao TSE, se aprovarem melhor ainda, vão dizer: cidadão aqui estamos com um somador de urna. É um aplicativo que faz o somatório do QR Code da urna, tal como no supermercado a caneta ótica faz o somatório dos códigos de barras.
Ainda estamos nos habituando com o financiamento público. É um custo alto, mas o sr falou que democracia exige vigilância, então vale a pena? O que se ganha com isso?
Olha, é o melhor método? Para algumas pessoas pode não ser. Agora, eu prefiro esse método em relação aquele que acontecia outrora, quando empresas financiavam não se sabia quanto nem de que forma e o caixa dois corria de forma militante. Então, o Congresso, nossos representantes, elegeram essa como a melhor forma e nós vamos ter de cumprir e fiscalizar. Aí tem o papel do eleitor.
Sobre esse ambiente dividido que o sr mencionou: o que espera até as eleições?
Divisão existe em qualquer eleição, o que espero é a tranquilidade do povo catarinense, principalmente. Isso vai ser de forma nacional, ninguém vai fazer um caos das eleições. Tenho quase que plena certeza: não vai acontecer. Pode ocorrer algum fato esporádico, mas não vai ser a regra. A segurança está totalmente assegurada. Nossos processos têm mais de 24 mil atos, a eleição está pronta para ser feita com segurança.
Com relação a fake news como será?
Temos uma Central que recebe essas informações errôneas e vamos responder por aqui ou através do TSE que também tem uma central de checagem. A expectativa é de uma eleição segura e perene.
Qual espírito que cidadão deve ter para ajudar a democracia e as eleições?
Fiscalizar. Fiscalizar tudo, desde a apreciação de contas através do projeto Você vê – Recursos públicos em campanha, até a propaganda errônea. Papel e função do eleitor é fiscalizar!