Presidente apontou a saúde como motivo para o afastamento do clube
Criciúma
Em entrevista coletiva ontem (2), o presidente do Criciúma, Anselmo Freitas, anunciou que está deixando o cargo. Ele ressaltou que não irá abandonar o clube e, sim, não vai mais ficar no cargo que ocupou por 18 meses (ele começou como presidente tampão em dezembro de 2020, com a saída do então presidente Jaime Dal Farra). Só em novembro de 2021, Anselmo Freitas ganhou a eleição e se tornou o presidente para os próximos quatro anos de gestão. Agora, seis meses depois, se desligou da função alegando questões de saúde.
“É um dia muito difícil, estou anunciando minha saída do cargo de presidente do Criciúma Esporte Clube. Temos o apoio de Vilmar Guedes, que é vice-presidente financeiro, e Antônio Deoclésio Pavei, o atual vice-presidente de patrimônio. Já o Alexandre Farias, que é vice-presidente administrativo, não está presente conosco nesta manhã, pois está comandando a delegação para o jogo contra o Bahia”, explicou.
Ele leu uma carta dirigida ao presidente do Conselho Deliberativo, Guilherme Búrigo. “Após assumir a presidência do clube, deixei claro à comissão de empresários que ficaria apenas um ano à frente do Criciúma. Já ao final de 2021 com as novas eleições, não coloquei meu nome no primeiro momento, mas a diretoria pediu que me colocasse à disposição e acabei aceitando o pedido”, destacou.
Ele ainda ressaltou que está deixando R$ 2 milhões em caixa do Criciúma. “Renovamos contratos com todos os patrocinadores com investimento de mais de R$ 3 milhões. Deixamos o Centro de Treinamento e o Estádio Heriberto Hülse. Vamos receber uma verba da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de R$ 8 milhões. Ressaltamos ainda a elevação do número de sócios de 900 para 14 mil”, acrescentou.
A saúde
“Temos uma grande tristeza que foi o rebaixamento para a Série B do Catarinense. Fizemos um trabalho em pouco tempo e agradeço aos diretores. Destaco ainda que em 2021, foi muito difícil na gestão do Tigre. Corri atrás para aprender sobre o mundo fascinante da bola. Acabei não separando torcedor e a presidência, e acabou afetando minha saúde”, acrescentou. “Estarei sempre presente ajudando financeiramente. Torcedor que é torcedor não abandona seu time do coração. Agradeço aos sócios e sempre acreditaram no meu trabalho. Não queria deixar a presidência, mas a saúde me obrigou a deixar o cargo”, completou.
Novo presidente
O Conselho Deliberativo terá prazo de 30 dias para aclamar novas eleições, serão lançadas as chapas e uma nova votação será realizada. “Acredito que o novo presidente será dos três diretores”, comentou Freitas. O Estatuto do Criciúma prevê duas formas de substituição da presidência, que estão expressas no art. 87. A primeira e mais simples, que proporciona a continuidade dos atuais gestores do clube, seria um dos vice-presidentes administrativos assumirem a cadeira. Só que para isso, Freitas precisaria cumprir metade do seu mandato de três anos, ou seja, um ano e meio, o que ainda não aconteceu, já que ele foi empossado em 14 de dezembro de 2021. O Conselho Deliberativo também definiria qual dos vices assumiria a nova função.
Caso Freitas não cumpra o período, o Estatuto determina que sejam convocadas novas eleições, que seria a segunda forma de substituição do presidente. O pleito seria finalizado em até 30 dias a contar da vacância. Mas o Conselho Deliberativo já ressaltou que novas eleições serão realizadas. “Tenho certeza que o novo presidente vai cumprir o mandato e estarei apoiando e junto com a direção. Não acredito em instabilidade”, reforçou Freitas.
O vice-presidente financeiro do clube, Vilmar Guedes, comentou que não pode negar que seu nome está envolvido para a futura presidência do Criciúma. “Não posso negar que estou dentro do contexto e estou à disposição do clube. Nós temos o Alexandre Farias, que é culto, tem discernimento, ainda temos o Clésio Pavei. Qualquer um que assumir a presidência, tem total apoio”, finalizou.