O IPCA de março
O IBGE divulgou recentemente o resultado do IPCA para o mês de março de 2019. O valor registrado pelo índice foi a variação de 0,75% para esse mês, totalizando a inflação acumulada para o ano em 1,18%. O IPCA de março chamou a atenção por estar ligeiramente acima do valor normalmente observado para esse mês. A última vez que esse valor havia sido superior a esse patamar foi o registrado em março de 2015, na desastrosa gestão do Banco Central (BACEN) do fim do Governo Dilma Roussef. Considerando o horizonte dos últimos doze meses o valor acumulado do índice é de 4,34%. Conforme já havíamos apontado em análises anteriores, esse último indicador tem se apresentado estabilizado no patamar entre 3,7% até 4,5% ao ano desde junho de 2018, indicando uma ótima sinalização a respeito da conduta da política Monetária executada pelo BACEN, mantendo a inflação controlada dentro dos limites da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta estabelecida para o ano de 2019 é de 4,25% com limite de variação tolerada em 1,5%.
Expectativas para a Economia
O Relatório Focus, divulgado semanalmente pelo BACEN, resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação, sendo sempre divulgado em todas as segundas-feiras. O relatório traz o comportamento semanal das previsões para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. Essas informações são muito influentes para a conduta da Política Monetária executada pelo BACEN, pois direcionam o rumo da taxa de juros SELIC. Atualmente a previsão do mercado para o crescimento do PIB foi revisada para baixo: enquanto o mercado acreditava há quatro semanas atrás que o crescimento do PIB seria de 2,01%, no presente esse valor foi reduzido para 1,95%. Os analistas do mercado financeiro mantiveram estável suas expectativas para a taxa SELIC, apontando a permanecia do valor de 6,50% ao ano, enquanto as expectativas para a inflação aumentaram: o mercado considera que o IPCA pode atingir 4,06% até o fim de 2019. O valor esperado para o dólar até o fim do ano permanece estável, com valor de 3,70 R$/US$.
Expectativas para a Economia II
O mercado tem revisto frequentemente o valor esperado para o saldo em Conta Corrente, mensurado em bilhões de dólares. Atualmente o mercado prevê que o saldo para o fim de 2019 será de US$ -26 bilhões. Essa conta registra as entradas e saídas devidas ao comércio de bens e serviços, bem como pagamentos de transferências do Brasil com o exterior. Há pouco mais de quatro semanas o mercado acreditava que esse valor seria ainda menor, em torno de US$ -26,50 bilhões. Os Investimentos Diretos no País foram revisados recentemente de US$ 80 bilhões para US$ 82 bilhões, por sua vez.
Expectativas para a Economia III
Os analistas têm também revisado, para cima, suas expectativas quanto à evolução da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) em termos percentuais do PIB. Atualmente o valor estimado pelos analistas é que a DLSP corresponda a 56,20% do PIB em 2019 e com valor crescente ao longo do tempo, atingindo o máximo de 60,90% do PIB em 2022. O Resultado Primário previsto para 2019 está na faixa de -1,37% do PIB.
A bolsa essa semana
Após a ruptura da barreira histórica dos 100.000 pontos em 18/mar, o índice Bovespa (IBOV) não se manteve por mais de dois dias nesse mesmo patamar. O noticiário político acerca dos conflitos entre o legislativo e o executivo infelizmente foi suficiente para influenciar o derretimento do índice entre os dias 21/03 até 27/03, atingindo a mínima de 90.405 pontos. O movimento do dia 28/03, porém, apontou uma bela retomada com o IBOV fechando do dia em 94.650 pontos. Ao longo das últimas três semanas a IBOV tem se mantido estável no patamar de 92.500 – 98.000 pontos em uma fase que é denominada de consolidação, ou seja, sem tendência de alta ou de baixa ainda definida.
O dólar futuro essa semana
Conforme havíamos exposto há algumas semanas atrás, o mercado de Dólar Futuro (DOL) acentuou a tendência de alta nas últimas semanas, rompendo o patamar de resistência de 3,965 R$/US$ do fim de 2018 e atingindo a máxima de 4,025 R$/US$ no movimento do dia 28/03. Conforme havíamos apontado há três semanas atrás, a dólar iria buscar o patamar de 3,830 R$/US$, valor observado no dia 10/04. Por ora o dólar futuro permanece em tendência de alta e se espera que opere nos próximos dias em tendência de alta dentro do range 3,880 R$/US$ até 4,025 R$/US$.
Economista Amauri de Souza Porto Junior