Observação foi repassada por profissionais de saúde e divulgada pela deputada federal Carmen Zanotto, que é enfermeira de formação
Da Redação
A relatora da comissão externa de enfrentamento à Covid-19 da Câmara dos Deputados, deputada Carmen Zanotto, do Cidadania-SC, afirmou que o mais novo desafio de profissionais de saúde no combate ao coronavírus tem sido o de buscar alternativas para a falta de insumos do chamado “kit de intubação”.
Segundo ela, a falta da medicação que é composta por sedativos, anestésicos e bloqueadores musculares tem levado muitos profissionais da área a buscar novos protocolos de atuação em casos graves da doença.
O relato de Carmen foi feito durante reunião do colegiado que discutiu a crise no fornecimento de medicamentos para intubação. “Neste período com esta nova onda da Covid-19, com este vírus em mutação, a situação é muita mais complexa. Há vários pacientes aguardando leitos de UTI, nas UPAs e nos centros de triagem. Há profissionais de saúde debatendo a busca de alternativas e de criação de protocolos para substituírem os medicamentos-padrões de intubação em função da falta real em alguns hospitais e outros com estoques baixíssimos”, disse a parlamentar.
Carmen acrescentou que a falta destes insumos aumenta ainda mais o estresse das equipes de saúde no atendimento aos pacientes com coronavírus. A carência de medicamentos se soma ao quadro de falta de leitos de UTI, de oxigênio, de respiradores, entre outros itens necessários ao tratamento da doença.
Enfermeira de formação, Carmen Zanotto lembrou ainda que os remédios utilizados na intubação de pacientes não são utilizados apenas no tratamento da Covid-19. Pessoas com traumas ou que serão submetidas a cirurgias cardíacas também demandam esse tipo de insumo.
Nota técnica reforça protocolos de administração dos fármacos
Para garantir a manutenção dos estoques, o governo estadual sugere às boas práticas de administração dos medicamentos. A Secretaria de Estado da Saúde divulgou na terça-feira (23) uma nota técnica com orientações aos profissionais de saúde para reforçar protocolos no uso de sedativos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares que fazem parte do chamado “kit intubação”. O protocolo orienta que as unidades hospitalares que utilizam estas classes de fármacos estejam em constante contato com os serviços de farmácia e de gestão, para conhecimento da situação de estoque e aquisição.
Segundo a secretaria, os responsáveis pelas unidades de terapia intensiva (UTIs) e outros setores que também utilizam os medicamentos devem observar as recomendações de substituições possíveis, elencadas na recomendação. Por fim, orienta que os anestesiologistas, em procedimentos anestésico-cirúrgicos, priorizem a utilização de fármacos que não estejam sendo utilizados nas UTIs, como os anestésicos inalatórios e bloqueios regionais, desde que não venham a comprometer a segurança do ato anestésico-cirúrgico.