Jesus Cristo, rei do universo
Caros leitores, saudações! Bem-vindos ao nosso espaço semanal de reflexão no Jornal Gazeta. Como sabemos por experiência, o ano civil tem início no primeiro dia de janeiro e se estende até os últimos momentos do dia trinta e um de dezembro. Na liturgia católica também vivenciamos algo semelhante, chamado “Ano Litúrgico”.
Iniciado no primeiro Domingo do Advento e encerrado no sábado seguinte à Solenidade de “Cristo, Rei do Universo” (normalmente em novembro de dois anos consecutivos), o Ano Litúrgico é o tempo em que a Igreja celebra o mistério de Cristo, com todos os feitos de salvação operados por Deus em Jesus. Em 2020, esta semana que estamos vivendo (22-28/11) está entre o fim de um Ano Litúrgico e o início de outro.
No último domingo (22) celebramos a Solenidade (grande festa) de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, que se encontra justamente no último domingo do Ano Litúrgico e no próximo domingo (29) celebraremos o primeiro Domingo do Advento, tempo de recolhimento e preparação para a vinda do Senhor. A comemoração de Cristo Rei, nesse sentido, é colocada como um reconhecimento de que, no fim de tudo, o Rei de todo o mundo é o Senhor Jesus.
A liturgia que ouvimos nos textos sagrados é bastante significativa, e nos deve chamar a atenção sobre aspectos profundos em nossa fé: O capítulo 34 da Profecia de Ezequiel, o Salmo 22, o capítulo 15 da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios e o Evangelho segundo São Mateus, no capítulo 25. Além dos textos próprios da liturgia, outro momento significativo para essa solenidade é o acontecimento da cruz, situarmo-nos aos pés da cruz de Jesus.
Sim… Nós caminhamos durante um ano ouvindo os ensinamentos de Jesus, celebrando seus mistérios e, ao chegarmos ao último domingo do Ano Litúrgico o vemos como rei, mas diferente do que nossos olhos gostariam de enxergar, nosso rei não se encontra sentado num trono de ouro nem usa uma coroa esplendorosa, mas é da cruz que ele reina! Seu trono é a cruz, sua coroa é de espinhos e seu manto é a humildade. Ainda assim ele não deixa de ser nosso rei! Na carta aos Coríntios, presente na liturgia, escutamos: é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés, e o último inimigo a ser destruído é a morte – a cruz e a seguida ressurreição demonstram que o último inimigo também foi destruído pelo Senhor da vida!
É também com outra imagem que esse rei se identifica: Jesus é o bom pastor que dá sua vida pelas ovelhas. Na Profecia de Ezequiel, o profeta falava em nome do Senhor: eu mesmo vou cuidar de minhas ovelhas, reconduzir a desgarrada e cuidar daquela que se machucou, ainda o Salmo que ouvimos nos dizia: o Senhor é o pastor que nos conduz, por isso nada nos falta! Sendo rei, Jesus é quem se oferece às ovelhas. Não tira proveito delas para si, ao contrário, ele se dá como alimento (pela Palavra e pela Eucaristia) ao seu rebanho!
Mas a liturgia não servia apenas para reconhecermos o poderio de Jesus. Trazia também, a todos nós, um apelo: se quisermos pertencer ao seu reino, vivamos as obras de misericórdia! No Evangelho segundo Mateus, Jesus cumpre a profecia de que separará as ovelhas dos cabritos, os bons dos maus, e seu critério será o exercício das obras de misericórdia: todas as vezes que fizestes isso a um dos menores dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes. Peçamos a Deus que nos ajude a reconhecer sempre o Senhor como nosso rei, e que converta a nossa fé a fim de que seja sincera e viva, e não de puras aparências.