Carvão volta à pauta com a presença da bancada federal do Sul na Acic

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Falta de comprador do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda e fim da compra casada de carvão da região põem atividade e empregos em xeque

Criciúma

A discussão do parque termelétrico da região voltou à pauta na manhã de sexta-feira (20), na sede da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), com a presença da bancada do Sul na Câmara Federal.

O presidente da Acic, Moacir Dagostin, recebeu os deputados Daniel Freitas, Geovania de Sá e Ricardo Guidi, acompanhado do presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), Fernando Luiz Zancan, do presidente do Sindicato da Indústria de Carvão de SC (Siecesc) e vice-presidente da Acic, Valcir Zanette, e do diretor presidente da Ferrovia Tereza Cristina, Benony Schmitz Filho. O presidente da Associação Empresarial de Tubarão, Edson Martins Antônio, também participou do encontro.

O setor carbonífero requer atenção neste momento. Com o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, de domínio da Engie Brasil Energia, à venda, e sem perspectiva efetivação, e o fim do mecanismo legal que remunera as empresas carboníferas em 2027, há necessidade da estruturação de um novo parque termelétrico que substitua, gradativamente, as usinas que serão desativadas, dando um horizonte de longo prazo ao setor, com a atração de novos investimentos.

“A Engie não tem mais interesse em operar na Jorge Lacerda, coração da cadeia produtiva do carvão. O encerramento das atividades da termelétrica significa o fechamento das minas, perda de postos de trabalho e, inclusive, o fechamento da ferrovia, que também depende da carga de carvão, além do encerramento da moagem de cinza da Votorantim, em Imbituba. Ao todo, serão perdidos, entre diretos e indiretos, 21 mil empregos e um montante de R$ 6 bilhões/ano para a economia da região Sul”, detalha o presidente da ABCM, Fernando Luiz Zancan. Atualmente, 20% da energia de Santa Catarina provêm do carvão mineral.

Estratégia política

De acordo com Zancan, é necessária uma estratégia política para que se busque soluções e intervenções para o cenário junto ao Governo Federal, incluindo os ministérios de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Transportes e da Economia.

“Estamos mobilizando essa bandeira junto à classe empresarial. Já realizamos encontros com a Fiesc e a Facisc, para que coloquem em suas pautas esse assunto”, sublinha o presidente da Acic, Moacir Dagostin.

Os representantes políticos se comprometeram com a pauta do carvão. Duas agendas devem ser encaminhadas, uma por meio do Palácio do Planalto e outra com o deputado Léo Moraes, relator da Medida Provisória 998, que altera regras do setor elétrico.