Ensaios avaliam as emissões atmosféricas geradas pelas indústrias e a qualidade dos produtos desenvolvidos por elas
Região Carbonífera
Na região Sul, uma parceria entre o Sebrae-SC e o Sindicato da Indústria de Cerâmica Vermelha de Morro da Fumaça (Sindicer) está viabilizando análises junto a empresas associadas ao Sindicato. Por meio do Projeto Cerâmica Forte & Ar + Limpo estão sendo realizados ensaios para avaliar as emissões atmosféricas geradas pelos processos produtivos das indústrias e, ainda, a qualidade dos produtos desenvolvidos por elas. A iniciativa visa atender em torno de 40 empresas produtoras de cerâmica vermelha associadas ao Sindicer.
Quem explica é o diretor executivo do sindicato e coordenador do projeto, Alexandre Zaccaron. Segundo ele, a ação é dividida em duas partes, sendo uma voltada para as questões ambientais e outra focada na qualidade de produtos.
“São duas frentes de pesquisa. A parte ambiental é referente às emissões atmosféricas e tem o objetivo de mostrar para a sociedade que as empresas cerâmicas estão atentas às questões ambientais e atuam de acordo com normas específicas. A outra parte é sobre qualidade do produto e qualidade dos sistemas construtivos. Os ensaios vão analisar o tempo de resistência ao fogo, o produto finalizado e normas de desempenho, por exemplo. O objetivo é mostrar ao consumidor final que a indústria atende as exigências do mercado e da construção civil”, ressalta Zaccaron.
O Sindicer foi responsável por captar essa necessidade das empresas e desenvolver o Projeto Cerâmica Forte & Ar + Limpo. Já o Sebrae-SC desempenha o papel de fomentador dos ensaios, graças aos recursos do Sebraetec (Serviços em Inovação e Tecnologia), um programa nacional do Sistema Sebrae criado para que os pequenos negócios possam inovar por meio de orientação técnica especializada. Seu objetivo é trabalhar para a melhoria de processos, produtos e serviços já existentes, assim como a introdução de inovações e tecnologias nas empresas.
“Nossa parte foi entender a demanda do Sindicer e da indústria cerâmica e buscar a solução junto as empresas credenciadas. Dessa forma, o Sebrae-SC, por meio do Sebraetec, se posiciona como um sócio investidor no projeto e está viabilizando a questão dos ensaios, mas também trabalha a parte de consultoria, identidade visual, análise de mercado, entre outras demandas das empresas associadas”, destaca o analista de atendimento da Gerência Regional Sul do Sebrae-SC, João Alexandre Guze.
Além do Sebrae-SC, também são parceiros do projeto a Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (Satc), a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e o Instituto Tecnológico em Desempenho e Construção Civil (itt Performance) da Unisinos. O prazo de conclusão é para este segundo semestre de 2020.
Oportunidade para valorização de mercado
Ainda de acordo com Zaccaron, o investimento para a viabilização do projeto é de aproximadamente R$ 120 mil, sendo 60% subsidiados pelo Sebraetec e os outros 40% viabilizados pelas indústrias – o Sindicer conseguiu de 20 a 30% de desconto para as empresas na parceria inicial com os laboratórios que farão as análises. Impulsionados pelo crescimento da construção civil, empresários do setor veem no projeto a oportunidade para valorizar os produtos cerâmicos.
“Com a pandemia, aumentou a demanda da construção civil e isso aumenta a venda de produtos da indústria de cerâmica vermelha aqui do Sul, que atende vários estados brasileiros e exporta para fora do país também. Então, além do fator social, com os ensaios atmosféricos, o reflexo do projeto, com as análises dos produtos, vai beneficiar a região como um todo”, finaliza o diretor executivo do Sindicer.
O Sindicato abrange sete cidades da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) e Associação de Municípios da Região de Laguna (Amurel), tendo em sua base territorial, de acordo com o Observatório da Fiesc, aproximadamente 200 empresas que fabricam telhas, blocos, tijolos, refratários, entre outros materiais a base de argila. Os negócios empregam mais de sete mil pessoas, sendo que 94% deles são micro e pequenas empresas.