SindArroz-SC alerta sobre impacto de preços baixos na safra 2025/26 e busca equilíbrio na cadeia produtiva

Forquilhinha e Região

A redução dos preços do arroz, provocada pelo aumento da oferta interna e por oscilações no mercado internacional, preocupa produtores e indústrias em Santa Catarina. O sindicato das indústrias do setor, SindArroz-SC, aponta que a variação nos valores impacta os estoques das empresas e pode influenciar a próxima safra, prevista para iniciar entre agosto e setembro. A entidade defende que o equilíbrio entre produtores, indústrias e consumidores é essencial para a manutenção da cadeia produtiva.

Segundo dados da Conab, a produção brasileira deste ano chegou a 12,3 milhões de toneladas, superando a estimativa inicial de 11,7 milhões de toneladas. No Mercosul, o AgroDados Inteligência em Mercados de Arroz registrou produção superior a 17 milhões de toneladas, acima da expectativa de 16,5 milhões. Esse aumento gerou estoques elevados e coincide com a redução do consumo interno, principalmente entre as novas gerações.

O presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli, observa que a abertura das exportações da Índia e a competitividade dos Estados Unidos pressionaram o mercado brasileiro. “Diante do câmbio desfavorável, o Brasil optou por reduzir suas exportações, o que pressionou os preços internos, que chegaram a recuar para a casa dos R$ 60 a saca de 50 kg em algumas semanas”, afirmou.

Sobre a safra 2025/26, Rampinelli destacou: “Santa Catarina poderá manter sua produtividade, desde que o clima se mantenha favorável. Porém, diante dos preços baixos, os agricultores devem buscar alternativas para reduzir custos, especialmente no uso de insumos essenciais como adubo e ureia, o que pode afetar a qualidade da produção”.

As indústrias enfrentam pressão de produtores e varejo, operando com margens reduzidas. “As indústrias precisam trabalhar e vender. Até a próxima safra, devemos permanecer em um empate, mas precisamos de preços mais atrativos para o próximo ciclo, pensando também nos produtores”, disse Rampinelli.

Para equilibrar o preço, a Abiarroz aponta duas estratégias: ampliar exportações pelo programa “Brazilian Rice” ou criar estoques reguladores por meio de compras governamentais da Conab. A entidade também planeja lançar em setembro uma campanha nacional para estimular o consumo entre jovens. “Estruturamos um fundo para essa ação e acreditamos que a sensibilização da sociedade é fundamental para garantir a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva”, concluiu Renato Franzner, presidente da Abiarroz.