Movimento interno do PSD pressiona projeto de João Rodrigues e pode isolar o MDB

Da Redação

O PSD vive dias de tensão em razão de uma articulação conduzida pelo prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, que busca aproximar a legenda da reeleição do governador Jorginho Mello (PL). A movimentação inclui a possibilidade de o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Julio Garcia (PSD), ser indicado como vice-governador na chapa de Jorginho. A hipótese enfraquece o projeto eleitoral do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que trabalha sua pré-candidatura ao governo pelo partido.

Topázio Neto, que tratava do assunto de forma reservada, passou a defender publicamente o arranjo. Segundo ele, João Rodrigues poderia ser lançado como candidato do PSD ao governo em 2030, com apoio do PL. O prefeito de Florianópolis argumenta que, diante das alianças já construídas por Jorginho com Republicanos, MDB, Podemos e a federação União Progressista, o PSD não teria condições de disputar o governo no próximo ano.

O desenho sugerido prevê a reeleição de Jorginho com Julio Garcia como vice. Em caso de vitória, Jorginho deixaria o governo em 2030 para concorrer ao Senado, abrindo espaço para Garcia assumir o comando do Estado e apoiar João Rodrigues na eleição seguinte. A equação, no entanto, desconsidera as pretensões do PL e de partidos aliados, como MDB e Progressistas, que buscam espaço na majoritária.

O impasse pode se agravar se o ex-presidente Jair Bolsonaro insistir em lançar Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina, situação que reduziria ainda mais o leque de vagas disponíveis. Para João Rodrigues, a movimentação interna representa um obstáculo direto a seu projeto, ao passo que, para o MDB, a articulação pode significar a necessidade de se posicionar na oposição, caso Julio Garcia seja confirmado como vice de Jorginho.