
Cidade monitora 600 armadilhas e reforça ações de combate ao Aedes aegypti
Criciúma
Criciúma segue sem registros de casos de dengue autóctone em 2025, conforme informações divulgadas pela Secretaria Municipal de Saúde na última quinta-feira (29). O município mantém o monitoramento de aproximadamente 600 armadilhas espalhadas em todos os bairros, por meio do Programa de Combate à Dengue, implementado pelo Centro de Zoonoses (CCZ), para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. A intensificação das ações ocorre mesmo com a previsão de redução dos focos durante o inverno, devido às baixas temperaturas.
De acordo com os últimos boletins epidemiológicos, Criciúma é classificada como área não infestada pelo vetor. Desde janeiro, foram registrados 152 casos suspeitos, dos quais 12 confirmados, todos importados, ou seja, contraídos em outras regiões onde a doença é endêmica. Além disso, foram identificados 67 focos do mosquito neste ano, sendo dois ativos encontrados nas últimas 24 horas e que já estão sob observação. Esses focos foram detectados em diversos bairros e monitorados pelos agentes de combate às endemias.
O secretário de Saúde, Deivid de Freitas Floriano, informou que a cidade mantém vigilância contínua. “Apesar de Criciúma seguir confortável em relação a outras cidades, seguimos com os monitoramentos e o acompanhamento das ocorrências, além de intensificar as orientações à população, visto que o ano iniciou com um maior número de focos do vetor em relação ao ano anterior. O clima também contribuiu para o aumento do Aedes aegypti, por conta das chuvas e temperaturas elevadas”, afirmou.
Segundo a gerente de Vigilância em Saúde, Andréa Goulart de Oliveira, as armadilhas larvitrampas, instaladas a cada 200 metros nos bairros, são monitoradas semanalmente. “Sempre que há a notificação de um caso suspeito de dengue, chikungunya ou zika nas unidades de saúde, os agentes iniciam uma investigação ambiental e vetorial relacionado aos casos humanos. Desta forma, realizamos a chamada Pesquisa Vetorial Específica, que consiste em visitas em um raio de 50 metros a partir da residência do paciente, com o objetivo de identificar criadouros e a presença do mosquito Aedes aegypti. Essa ação rápida é fundamental para conter a possível proliferação e evitar novos casos na área”, explicou.
Além disso, o Departamento de Investigação Epidemiológica encaminha o material biológico ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) para análise e determina se o caso é autóctone ou não. Pontos Estratégicos (PE), como cemitérios, borracharias e recicladoras, também são monitorados quinzenalmente pelos agentes, totalizando mais de 180 locais cadastrados, com coletas regulares de larvas para identificação.
Andréa ressaltou a necessidade de cuidados dentro das residências. “Um fator que acende um alerta importante é a água parada em casa. Estamos encontrando focos do mosquito nas residências, não apenas nas armadilhas montadas em pontos estratégicos. Isso é um fator preocupante, que exige o cuidado de cada cidadão”, reforçou. As amostras de larvas e pupas coletadas são enviadas ao Laboratório de Entomologia da 20ª Gerência Regional de Saúde (Gersa), que identifica a espécie e comunica a presença do Aedes aegypti para execução rápida das ações de controle. A Vigilância Sanitária também recebe denúncias da população sobre locais com risco de proliferação do mosquito, que podem ser feitas pela Ouvidoria do Município, no número 156.