Projeto do curso técnico desenvolve peças adaptadas para pessoas com limitações físicas ou condições específicas de saúde

Criciúma

Alunos da terceira fase do curso técnico em modelagem do vestuário do Senai de Criciúma desenvolveram, ao longo das aulas de prototipagem e confecção, peças adaptadas de moda inclusiva com foco em atender pessoas com deficiências físicas ou condições específicas de saúde. O projeto, orientado pela professora Elizânia Gomes Vitório, está sendo finalizado e envolve cerca de 20 estudantes.

A proposta partiu da identificação de uma demanda pouco atendida pela indústria da moda. Segundo Elizânia, “a gente percebe que existem poucas marcas que olham para essa necessidade específica. O projeto nasceu justamente disso: do desejo de fazer diferente, de fazer melhor para quem muitas vezes é esquecido pela indústria”. A execução incluiu pesquisas e entrevistas com pessoas que convivem com limitações, para criar roupas que aliem conforto, funcionalidade e estilo.

Cada aluno escolheu um perfil e desenvolveu uma peça adaptada a partir das necessidades levantadas. Algumas roupas já foram costuradas, enquanto outras seguem em fase de modelagem. Após a conclusão, os protótipos serão avaliados e produzidos com tecidos adequados ao conforto térmico, toque suave e caimento.

Entre os trabalhos realizados, está o da aluna Lizangela Bianchini (na foto segurando os moldes), que vive com estoma e utiliza bolsa de colostomia. Ela desenhou um conjunto composto por saia longa com fenda frontal, cropped e uma capa para a bolsa, todos em mesma estampa. Lizangela explicou que “é um problema que vou carregar pro resto da vida, então resolvi me adaptar da melhor forma. Mas percebo que muita gente não consegue. Então, meu objetivo com essa peça foi mostrar que dá pra viver normalmente, se vestir com estilo, com autoestima”.

Outra criação é de Vanusa Somariva, que produziu um macacão de bermuda com abertura lateral em velcro para uma amiga acamada. “Ela sempre reclama da roupa que sobe, que incomoda quando senta. Então fiz um macacão de bermuda com abertura lateral em velcro, fácil de vestir e sem desconforto. É simples, mas vai fazer diferença pra ela”, relatou a aluna.

O projeto segue em desenvolvimento e deve ser concluído nas próximas semanas. “É emocionante ver o quanto os alunos se dedicam, o quanto se sensibilizam. E acima de tudo, perceber que estão fazendo algo que vai mudar a vida de alguém”, finaliza a professora Elizânia