Empresa tem 10 dias para explicar atrasos em faturas e problemas no sistema; Procon também foi acionado. 

Da Redação

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) notificou a Celesc na sexta-feira (24) para que a empresa preste esclarecimentos sobre falhas no sistema comercial que afetaram cerca de 400 mil consumidores no estado. A concessionária terá 10 dias para responder aos questionamentos, enquanto o MPSC instaurou um procedimento administrativo para fiscalizar as providências. 

Os problemas começaram após a implantação do novo sistema Connect, em 2024, que causou atrasos na emissão de faturas e acumulou cobranças para milhares de clientes. Segundo o promotor de justiça Wilson Paulo Mendonça Neto, a demora na emissão das faturas gerou valores exorbitantes, levantando dúvidas sobre a possibilidade de parcelamento. “Estima-se que milhares de consumidores estejam sofrendo com atrasos nas faturas de energia elétrica em todo o estado”, afirmou. 

O MPSC também questionou a Celesc sobre as melhorias implementadas nas unidades de atendimento presencial e no sistema para evitar novas intercorrências. “É imprescindível que o Ministério Público promova os devidos esclarecimentos à população e cobre providências em relação a possíveis irregularidades”, destacou o promotor. 

De acordo com o gerente de Faturamento da Celesc, Felipe Apolinário, o atraso ocorreu devido à retenção de faturas para análise de inconsistências na medição de energia ou nos valores cobrados. “Com a mudança do sistema, mais faturas ficaram retidas, o que gerou atrasos e impediu a emissão das faturas dos meses seguintes”, explicou. 

Além disso, o MPSC destacou problemas no atendimento presencial, onde clientes abrem protocolos, mas não têm suas demandas resolvidas, acumulando meses de cobrança. O Procon Estadual também foi notificado e terá 20 dias para informar se já adotou medidas sobre o caso. 

Em nota enviada na segunda-feira (27), a Celesc afirmou que foi notificada e que responderá ao MPSC dentro do prazo estipulado. A empresa atende mais de 3,5 milhões de clientes em Santa Catarina, dos quais cerca de 140 mil ainda sofrem com os efeitos da mudança no sistema.