Consórcio Cribus alerta para risco de rescisão devido a inadimplência da prefeitura; novo cálculo será apresentado em reunião no dia 19
Criciúma
Uma dívida de R$ 32 milhões da prefeitura de Criciúma com o Consórcio Cribus, responsável pelo transporte público do município, pode resultar no rompimento contratual. O déficit foi divulgado ontem (5), durante uma reunião do Conselho Municipal de Transporte, com participação de representantes do Executivo, na sede do Conselho, no Paço Municipal. Segundo o advogado da empresa, Anderson Nazário, a situação está sendo monitorada, e a rescisão contratual é uma medida em análise, embora não seja a primeira opção. “Estamos atentos à possibilidade de uma rescisão, como já aconteceu em Tubarão com autorização judicial, devido à gravidade da situação,” explicou Nazário.
O déficit tarifário foi gerado pela discrepância entre o valor previsto no contrato e a tarifa efetivamente cobrada dos passageiros. De acordo com Nazário, a prefeitura manteve o valor da tarifa em um patamar inferior ao acordado, resultando em uma diferença que deveria ser coberta pela administração. “Esse desajuste acumulou uma dívida de R$ 32 milhões que a prefeitura ainda não quitou”, afirmou o advogado.
Apesar do cenário crítico, o consórcio já investiu na compra de 40 novos veículos para ampliar e modernizar a frota. Entretanto, a falta de repasses compromete a manutenção e o funcionamento adequado do serviço. Nazário apontou que, em 2024, o município havia se comprometido a pagar um subsídio de R$ 300 mil mensais, mas o valor não foi totalmente repassado. “A empresa acionou a Justiça e obteve uma decisão favorável para o pagamento, mas a prefeitura ainda não cumpriu a determinação”, ressaltou.
Por outro lado, o presidente do Conselho Municipal de Transporte, Clésio Fernandes, conhecido como Buba, apresentou uma divergência sobre o valor total da dívida. A prefeitura afirma que o montante devido é de R$ 15 milhões, valor significativamente inferior ao indicado pelo consórcio. Em decorrência dessa diferença, foi marcada uma nova reunião para o dia 19 de novembro, na qual um novo cálculo deverá ser apresentado. “Estamos preocupados com a possibilidade de o transporte público de Criciúma enfrentar dificuldades semelhantes às observadas em Camboriú e outros municípios. A nova gestão firmou um contrato que precisa ser respeitado, mas existem divergências nos valores, então solicitamos um novo cálculo para apresentação no próximo encontro,” comentou Fernandes.
A situação segue em análise, enquanto o consórcio e o poder público tentam conciliar os dados e evitar que o transporte público da cidade seja interrompido.