Dia Mundial do Coração alerta sobre a necessidade de atenção e cuidados com a saúde

Criciúma

O dia 2 de fevereiro sempre foi especial para Osvaldo Amador, de 71 anos, marcado por celebrações de aniversário ao lado da família. No entanto, este ano, uma nova data passou a ter um significado ainda mais profundo: 21 de agosto de 2024. Foi nesse dia que, após um infarto quase fatal, Osvaldo recebeu uma segunda chance de viver, graças à intervenção médica rápida e ao apoio dos seus familiares. Agora, com a celebração do Dia Mundial do Coração, comemorado em 29 de setembro, Osvaldo reflete sobre o valor da saúde e a importância de cada dia ao lado daqueles que ama.

“A partir de agora tenho dois aniversários, o dia que eu nasci, e o dia que eu renasci. Ganhei um coração novinho e, se não fosse o atendimento rápido dos profissionais de saúde do Grupo Unimed Criciúma, talvez hoje eu não estaria aqui para contar essa história. Sou muito grato por tudo o que fizeram por mim”, lembra.

No dia 21 de agosto, Osvaldo deu entrada no Hospital Unimed de Criciúma em uma situação crítica. Estava em casa sozinho quando, após sair do banho, começou a sentir um calor intenso e muito suor, seguido de uma preocupante dormência no braço esquerdo. Assustado com os sintomas, ligou para a esposa e o filho, que, reconhecendo a gravidade da situação, o levaram rapidamente a unidade hospitalar.

Com base nos sintomas descritos, a esposa de Osvaldo, Ana Maria Costa, de 70 anos, suspeitou de um infarto. Ao chegar ao Pronto Atendimento do hospital, ela alertou as atendentes sobre a possível gravidade do caso. Enquanto Ana Maria lidava com a documentação de internação, Osvaldo foi imediatamente atendido. Os médicos rapidamente confirmaram o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio. Dada a urgência da situação, ele foi transferido para o Hospital São João Batista, que faz parte do Grupo Unimed Criciúma e é referência em Cardiologia.

Poucos minutos após o atendimento inicial, Osvaldo já estava medicado e recebeu o tratamento adequado. Para tratar o infarto, foi necessária uma cirurgia de cateterismo e colocação de ponte de safena. Graças ao atendimento rápido e eficaz dos profissionais do São João Batista, ele teve a oportunidade de se recuperar e, assim, continuar celebrando a vida e seu aniversário ao lado da família.

Após cerca de 15 dias internado, Osvaldo recebeu alta hospitalar e voltou para casa, sem nenhuma sequela. Ele deixa o Hospital São João Batista com um coração renovado, repleto de gratidão e uma nova vontade de viver. “Só tenho a agradecer aos profissionais do hospital, que foram todos incríveis. Desde o momento em que cheguei à Unimed, o atendimento foi rápido e eficiente. Fui transferido para o São João Batista, onde recebi um atendimento excepcional. As enfermeiras, o médico que realizou minha cirurgia, a equipe de limpeza, as funcionárias que trouxeram as refeições e as fisioterapeutas, todos desempenharam um papel fundamental no meu tratamento, sou muito grato a cada um deles”, agradece emocionado.

O que é o infarto agudo do miocárdio?

O infarto agudo do miocárdio é uma condição que se manifesta quando uma das artérias coronárias, responsáveis pela irrigação do coração, está obstruída, impedindo a passagem de sangue para o músculo cardíaco. Essa obstrução pode ser causada por diversos fatores, incluindo idade, predisposição genética, tabagismo e hábitos de vida da pessoa, que podem levar à hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), colesterol elevado e diabetes mellitus.

“Ao longo da vida, desde a adolescência até a fase adulta e velhice, ocorre um processo lento e contínuo de entupimento das artérias. Esse processo pode ser mais lento ou mais acelerado, dependendo da quantidade de fatores de risco que um indivíduo apresenta. Em determinado momento, essa obstrução pode se tornar completa. Assim, de um dia para o outro, a pessoa pode sentir o surgimento súbito de uma dor, geralmente localizada no peito, ou a intensificação de uma dor previamente existente, que antes ocorria durante esforços moderados a intensos, mas agora se manifesta aos pequenos esforços e repouso. Nesse momento, podemos estar diante de um infarto agudo do miocárdio”, explica o cardiologista e coordenador do Pronto Atendimento do Hospital São João Batista, Dr. Giuliano Pazini Bortoluzzi.

A partir desse momento, inicia-se uma corrida contra o tempo, pois é fundamental agir rapidamente no tratamento da oclusão arterial coronariana para minimizar os danos ao músculo cardíaco. Essa intervenção precoce, com medicamentos e cateterismo de urgência com a realização de angioplastia, que é a abertura dessa artéria, aumenta significativamente as chances de sobrevivência e contribui para uma recuperação com qualidade após o infarto.

Sintomas do Infarto

Reconhecer os sintomas do infarto agudo do miocárdio é essencial para prevenção e tratamento. Cerca de 50% a 70% das pessoas que sobrevivem a um infarto relataram ter sintomas até 10 dias antes do evento. A identificação precoce é, portanto, crucial.

Os primeiros sinais costumam ser leves e passageiros, não sendo sempre reconhecidos como problemas cardíacos. Entre os principais sintomas, a dor no peito, chamada de angina pectoris, caracteriza-se por sensação de aperto, opressão ou sufocamento no tórax, podendo irradiar para mandíbula, braço esquerdo, punhos, ombros ou estômago. Muitas vezes ocorre durante esforços, mas, com o agravamento da doença, pode se manifestar com menor esforço até se tornar persistente, indicando o infarto.

A angina do peito pode ser estável ou instável. A angina estável surge durante atividades físicas e melhora com o repouso, enquanto a instável ocorre em repouso ou com pequenos esforços, durando de cinco a 10 minutos. Este quadro é mais sério e pode preceder um infarto.

Quando alguém chega ao Hospital São João Batista com dor no peito, o protocolo é iniciado imediatamente. Um eletrocardiograma é feito nos primeiros 10 minutos para determinar se é um caso de angina instável ou infarto. Se necessário, exames adicionais são realizados para avaliar as artérias coronárias. Conforme a gravidade da obstrução, o tratamento inclui medicamentos, angioplastia ou, em casos mais complexos, cirurgia cardíaca.

Buscar atendimento imediato ao sentir esses sintomas é vital. Na primeira hora de um infarto, há risco de 50% de morte súbita se não houver intervenção.

Prevenção para reduzir o risco de infarto

Infartos podem ocorrer em pessoas jovens por fatores genéticos, como a hipercolesterolemia familiar, mas a maioria dos casos acontece com o avanço da idade, principalmente em homens acima de 55 anos e mulheres após os 65. A partir dos 35 anos para homens e 45 para mulheres, é essencial estar atento a dores no peito, pois a incidência de doenças coronarianas aumenta.

A genética representa cerca de 20% do risco, enquanto 80% estão ligados aos hábitos diários e controle de fatores cardiovasculares. Sedentarismo, alimentação inadequada e tabagismo são grandes vilões, aumentando o risco de hipertensão e diabetes tipo II. Dois terços dos infartos estão associados ao cigarro e colesterol alto, fatores que, se controlados junto à pressão alta, podem reduzir o risco cardiovascular em até 90%.

O exercício físico é essencial. Caminhadas, ciclismo ou natação por 50 minutos, três vezes por semana, e musculação duas vezes por semana, com foco em quadris e coxas, são recomendados. Uma dieta saudável deve incluir cortes magros, laticínios desnatados, fibras e seis a oito porções diárias de frutas e vegetais, evitando alimentos industrializados ricos em gorduras e sódio. Reduzir o consumo de álcool também é importante.

Embora o álcool já tenha sido visto como protetor, pesquisas recentes mostram seu potencial para aumentar o risco de câncer. A recomendação é limitar a ingestão a 20 gramas de etanol por dia para homens e 10 para mulheres — aproximadamente 200 ml e 100 ml de vinho, respectivamente. Porém, se possível, é melhor evitar totalmente o consumo de bebidas alcoólicas.

Com bons hábitos, é possível evitar a maioria dos fatores de risco para o infarto, preservando a saúde cardiovascular a longo prazo.