Desempenho da região no primeiro trimestre é o melhor dos últimos três anos, mas ainda é menor que no governo Bolsonaro em plena pandemia

Criciúma e Região

Seguindo a tendência dos últimos meses, março fechou com números positivos sobre o mercado de trabalho formal. Com isso, foram agregadas 3.538 vagas com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano pelos 12 municípios que formam a Região Carbonífera. O desempenho é bom, mas aquém ainda do ano de 2021, no governo Bolsonaro e Paulo Guedes, em plena pandemia (em junho de 2021, o país atingiu o pico, com 77 mil diagnósticos por dia em média).

No comparativo de 2024 com 2021, a Região Carbonífera, exibia uma trajetória notável de crescimento do emprego em 2021, e que só agora apresenta uma recuperação. Em 2021, a região viu um pico com 3.815 novos postos de trabalho. Esse ano foi significativo, destacando-se como um período de plena pandemia, mas com uma reabertura gradual das empresas fechadas por força dos políticos. Ao avançarmos para 2024, os dados mostram que, embora não tenha superado o pico de 2021, a região conseguiu uma recuperação com a criação de 3.538 empregos.

Lula 3

O avanço foi de 52,96% em relação aos 2.313 empregos adicionados no primeiro trimestre de 2023 e ficou acima também (11,12%) dos 3.184 obtidos em 2022. Este dado, ou seja, estes 277 a menos em 2022, já são reflexos da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em novembro colocou um balde de água fria nas contratações temporárias de fim de ano.

Em março deste ano, o estoque total na região chegou a 156.211 vagas ocupadas. Santa Catarina registrou 66.015 novos postos de trabalho no primeiro trimestre, chegando a um estoque total de 2.528.041 empregos e a mesorregião Sul do Estado, com a geração líquida de 7.328 neste primeiro trimestre, alcançou o total de 321.315 trabalhadores formais na ativa.

Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e estão compilados e analisados pelos economistas Leonardo Alonso Rodrigues e Alison Fiuza no Boletim do Emprego Formal, uma iniciativa da Associação Empresarial de Criciúma (Acic). Todos os dados e a análise dos dois economistas estão disponível para consulta no site da entidade.

Últimos três anos

De acordo com os especialistas, alguns fatores apontam para a melhora do ambiente macroeconômico, de tal forma que isso vem se refletindo na região. Entre eles, a queda da inflação no país, que está em 1,42% no acumulado do ano e em 3,93% nos últimos 12 meses. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O melhor comportamento da inflação, que por consequência vem possibilitando a redução da taxa de juros na economia brasileira e que impacta diretamente a atividade econômica e geração de empregos, vem surtindo efeitos no mercado de trabalho. Com mais empregos gerados, o estímulo principal é dado pelo lado do consumo, que vem aumentando e gerando mais movimentação econômica na Região Carbonífera”, explica Rodrigues.

De agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa básica de juros, Selic, ficou no maior patamar da história, mantida em 13,75% ao ano. Atualmente, está no menor nível desde março de 2022, quando também estava em 10,75% ao ano, e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central já sinalizou com uma nova redução, em 0,5 ponto percentual, na próxima reunião do colegiado, entre os dias 7 e 8 de maio.

Setores, Amrec e Estado

Conforme os dados do Caged de março, todos os municípios da Região Carbonífera obtiveram resultados positivos em relação à geração de empregos nas três bases de comparação, sendo o comparativo realizado frente ao mês anterior; mesmo mês do ano anterior e no acumulado do ano.

Assim como os cinco grupamentos econômicos – agropecuária, comércio, construção, indústria e serviços. A distribuição setorial dos empregos em 2024 na região mostra que o setor de serviços continuou a ser o principal motor econômico, com 1.480 empregos criados, seguido de perto pela indústria geral, que adicionou 1.510 postos.

Ao analisar o desempenho por município em 2024, observa-se que, enquanto algumas cidades enfrentaram desafios, com quedas pontuais como em Treviso e Urussanga, outras, como Criciúma, se destacaram com um aumento significativo, contribuindo com 1.273 novos empregos. Esse desempenho é reflexo do fortalecimento do setor de serviços na cidade, que sozinho foi responsável pela criação de 673 empregos.

Comparativamente, a participação da região no contexto estadual e no Sul Catarinense também é notável. Em 2024, a Amrec contribuiu com mais de 48% dos empregos criados no Sul de Santa Catarina e cerca de 5% do total estadual. Este desempenho sublinha a importância econômica da região no cenário mais amplo.