Os caminhos de Acélio

Até sexta-feira (12), às 16 horas, Acélio Casagrande fez parte da lista de homens de confiança de Clésio Salvaro. Foi assim nos últimos cinco anos. A dúvida agora é se a parceria terminou com a saída dele do governo ou se ela será estendida e consolidada no processo eleitoral. Esse cenário, aliás, deve se definir até o final da próxima semana. Pelo menos é o que projeta o próprio Casagrande. Ele começou o dia cumprindo agenda na Massa Fm, falou de suas ações no governo, agradeceu o prefeito, mas deixou nas entrelinhas, em alguns momentos de maneira escancarada que não está confortável com a condição de vice. “Quero ser candidato a prefeito. Entendo isso e sempre me coloquei nessa posição. O prefeito Clésio escolheu o Arleu. Eu não tenho nada para falar do secretário, mas meu desejo é estar na urna como candidato a prefeito”.

Sem traição

Questionado sobre o risco de terminar o processo com a marca de um traidor de Salvaro, Acélio reagiu. “Se for chamado assim não irei responder. Não entendo isso. Eu fui para o PSDB por causa do prefeito e ele saiu do PSDB e ainda levou todos os vereadores. Eu dediquei cinco anos da minha vida ao governo, para que a Saúde tivesse o desempenho que teve. Nunca pedi hora extra, fui extremamente fiel”. Questionado sobre a influência de Salvaro em seu desempenho na última eleição para deputado, Acélio reconheceu. “Teve sim influência do prefeito Clésio Salvaro naqueles 27 mil votos em Criciúma, mas também em 2006, quando disputei a vaga de federal fiz 27 mil votos naquela eleição e o Clésio, que disputava vaga na Alesc, fez 22 mil”, pontuou.

A despedida

No ato de despedida, a estrela foi Arleu. Claro que Acélio recebeu os agradecimentos do prefeito, mas em uma proporção que deixou claro que o espaço dele é o de vice. Arleu sai prestigiado, com a presença de diversas lideranças e com a missão de percorrer a cidade, de se tornar palatável e mostrar que pode ser o nome do pleito

A diferença

Essa será, no entanto, uma eleição diferente em Criciúma. Desde 2008, quando Clésio se elegeu pela primeira vez, não se teve na cidade um processo eleitoral que não começasse já definido. Quando disputou, Clésio não teve adversários. Quando indicou, e aí me refiro a Márcio Búrigo, também transferiu votos de maneira absurda. Nesse ano, com Ricardo Guidi no PL, a eleição ganha ares de equilíbrio. Aliás, quem tem 30 anos e começou a votar aos 16, vai participar do primeiro processo eleitoral sem ter Salvaro nas urnas. Será, sem qualquer sombra de dúvida, uma eleição diferente e interessante.

Sancionado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, com veto, o projeto de lei (PL) que acaba com as saídas temporárias de presos em feriados e datas comemorativas. A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O presidente vetou apenas o trecho que impedia a saída temporária para presos que querem visitar suas famílias. A saidinha, como é conhecido o benefício, vale para detentos que já estão em regime semiaberto.