Conflito entre o partido de Eduardo Moreira e PL se intensificou após movimentação de deputado ex-PTB
Da Redação
Em Florianópolis, a relação entre o MDB e o governo de Jorginho Mello (PL) deteriorou-se após o deputado Egídio Ferrari, ex-PTB, optar por se filiar ao PL, desistindo de sua prevista migração para o MDB. A tensão escalou com declarações públicas de insatisfação por parte do ex-governador Eduardo Pinho Moreira, especialmente em entrevista concedida ontem (21), à Som Maior, evidenciando uma crescente fratura política.
Nos últimos seis meses, Egídio Ferrari, eleito pelo PTB (agora PRD após fusão com Patriota) e conhecido defensor dos direitos dos animais em Blumenau, sinalizou sua intenção de unir-se ao MDB, participando de eventos e reuniões do partido. No entanto, uma proposta do governador Jorginho Mello para que Ferrari se candidatasse a prefeito de Blumenau pelo PL alterou o curso das expectativas do MDB.
A mudança abrupta de Ferrari para o PL, revelada após uma série de interações e compromissos com o MDB, levou a uma reunião acalorada entre membros do partido. Embora uma declaração oficial tenha sido adiada devido à ausência de Mauro de Nadal, presidente da Assembleia e membro do MDB, a insatisfação com a gestão de Mello foi vocalmente expressa por Eduardo Pinho Moreira. Moreira criticou a estratégia de cooptação de lideranças do MDB pelo governador, percebida como uma afronta ao apoio prestado pelo partido ao governo na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc).
“Lideranças do MDB, no grupo do whats, reclamaram da agressividade com que o PL e Jorginho Mello fazem cooptação de lideranças do MDB, em todas as regiões do estado”, disse Moreira, que sente traição neste jogo político: “O MDB vota na Assembleia, dá apoio pro governador… Não faz parte do jogo político nós sermos feitos de trouxas.”
A controvérsia se aprofunda em meio a alegações de que o sucesso econômico e de segurança de Santa Catarina está sendo indevidamente atribuído ao governo atual, ignorando as contribuições históricas do MDB. Além disso, a relação entre o MDB e o PL é tensionada pela gestão da Secretaria de Infraestrutura, onde a autonomia prometida ao MDB parece ter sido limitada.