Estima-se que as chuvas causaram mais de R$ 1,2 bilhão de prejuízos no Estado

Da Redação

O Governo do Estado de Santa Catarina lançou um pacote de medidas para ajudar famílias e empreendedores catarinenses que sofreram prejuízos decorrentes das chuvas neste mês de outubro. As ações do Programa Recupera Santa Catarina iniciam imediatamente ou no curto prazo e estão divididas em dois pilares: um pacote com dez iniciativas de caráter social e outro com oito medidas na área econômica. Serão investidos cerca de R$ 650 milhões no atendimento à população. Detalhes do programa foram anunciados pelo governador Jorginho Mello nesta segunda-feira, dia 23, em coletiva à imprensa na sede da Defesa Civil, em Florianópolis.

Entre outras providências, será garantido o auxílio de R$ 20 mil em parcela única para todas as cidades que tiveram até 49 pessoas em abrigos. Os repasses serão realizados por meio da Secretaria de Estado da Assistência Social. Nas medidas econômicas, destaque para a postergação do pagamento de ICMS para os contribuintes que tiveram seus negócios prejudicados nos municípios atingidos e o Pronampe Emergencial.

A atuação em duas frentes, explicou o governador, busca acelerar a reconstrução dos lares das famílias catarinenses e também permitir a retomada das principais atividades comerciais e produtivas nas regiões mais prejudicadas pelas chuvas.

“O Estado não mediu esforços na proteção, alertando as pessoas, e teve o maior número de equipes atuando em ações de resgate emergencial da nossa história. Agora, vamos garantir que os catarinenses mais prejudicados tenham um auxílio para recomeçar suas vidas e retomar seus negócios”, destacou o governador Jorginho Mello.

Pelo menos 3,6 milhões de pessoas foram atingidas direta ou indiretamente nas últimas semanas (47% da população de SC). Já são 153 municípios que declararam situação de emergência (52% do total de cidades catarinenses e 45% do PIB estadual). Quatro cidades decretaram calamidade pública por conta dos estragos com as enchentes.

Estima-se que a soma dos danos materiais e dos prejuízos públicos e privados no Estado seja de aproximadamente R$ 1,2 bilhão. O Programa Recupera Santa Catarina é um dos maiores lançados pelo Governo Estadual neste ano.

“Já estamos trabalhando também nas ações de médio e longo prazo, com projetos para mais barragens, a manutenção das nossas estruturas e parcerias para realizarmos a dragagem em locais estratégicos que evitem enchentes no futuro. Esse será um próximo anúncio”, explicou o governador sobre as medidas de proteção contra desastres naturais, que assinou durante a coletiva a criação do Grupo de Trabalho Proteção Levada a Sério.

As iniciativas

Pacote Social via Secretaria de Estado da Assistência Social: o Governo de Santa Catarina anunciou o repasse de R$ 20 mil para todas as cidades que tiveram até 49 pessoas em abrigos. A proposta da Secretaria da Assistência Social, Mulher e Família é auxiliar os pequenos municípios que não puderam solicitar recursos federais.

Secretaria de Estado da Saúde: Ação de vigilância em saúde após as enchentes, com articulação junto aos municípios e serviços de atendimento à população catarinense, sobre os casos relacionados às enchentes. As águas dos alagamentos podem estar contaminadas pelo esgoto, urina de rato, e provocar sérios problemas à saúde. Com a retomada após as cheias, inicia-se esse trabalho no atendimento aos casos de leptospirose, animais peçonhentos e notificações de casos junto à Vigilância Epidemiológica.

Secretaria de Estado do Planejamento: o objetivo é buscar recursos por meio de doações de parceiros privados que serão intermediadas pela Federação Catarinense dos Municípios. O dinheiro será revertido em benefício das famílias afetadas e em apoio à reconstrução das comunidades atingidas.

Detran-SC: o Detran-SC determinou a suspensão dos prazos em processos do órgão, em municípios afetados, também com objetivo de ajudar as pessoas atingidas pelas chuvas para a reconstrução das suas moradias. Serão 153 municípios com prazo suspenso, dentro da proposta de 15 dias a partir da publicação do Decreto de Emergência, prorrogáveis por mais 15 dias.

Celesc: a Celesc assumiu o compromisso de não cortar a energia elétrica das unidades que atrasarem o pagamento nos próximos 60 dias em cidades atingidas pelas enchentes. Serão beneficiados moradores dos bairros indicados pelas prefeituras. A Celesc verificará os locais atingidos junto às Defesas Civis desses municípios. A companhia lançou também um programa para parcelamento de faturas atrasadas, para atender quem tem débitos pendentes em outubro ou nos meses anteriores. As unidades consumidoras atingidas pelas enchentes em municípios que decretaram estado de calamidade ou de emergência poderão parcelar os valores pendentes em até 24 prestações, sem entrada, com isenção de multa e juros pretéritos.

Casan: a Casan vai conceder um desconto emergencial na fatura dos imóveis das famílias residentes em cidades atingidas que sejam atendidas pela companhia. São 100 em situação de emergência e todas as quatro cidades que decretaram calamidade pública — a relação de municípios pode ser atualizada. O desconto na fatura será realizado com base na média dos últimos 6 meses de uso de água.  Suspensão do corte de água das unidades atingidas pelas enchentes. A Casan também se comprometeu em manter o fornecimento de água para as unidades com faturas atrasadas nas mesmas áreas atingidas. E parcelamento de débitos em atraso. Qualquer atraso poderá ser avaliado de forma posterior, por meio do programa de parcelamento da companhia.

Pacote Econômico da Secretaria de Estado da Fazenda: a Secretaria da Fazenda vai oferecer aos contribuintes afetados pelos eventos climáticos a opção de postergar o pagamento de ICMS para empresas normais (nos municípios em emergência) e do Simples Nacional (neste caso, apenas nos municípios em calamidade pública).

Em relação às empresas normais, a proposta prevê a postergação do pagamento do tributo por 90 dias durante seis meses. Por exemplo, o pagamento de outubro é prorrogado para janeiro, enquanto o de novembro é prorrogado para fevereiro. E assim por diante, até o mês de março.

Já para as empresas enquadradas no Simples Nacional, válida apenas para os contribuintes dos municípios em calamidade pública, a lógica é contrária. Nesse caso, o pagamento é postergado por seis meses, mas vale apenas para o mês corrente e os dois meses seguintes ao evento climático. Ou seja, o pagamento de outubro é prorrogado para março, enquanto o de novembro é prorrogado para abril. E, em dezembro, uma última postergação é feita para o mês de maio.