Aumento do número de casos ativos de Covid-19 seria a confirmação “clínica” da presença da variante e um paciente já foi confirmado pela Fiocruz

Içara e Criciúma

A Prefeitura de Içara, através da Vigilância Epidemiológica municipal, teve a confirmação de uma infecção por Covid-19 com a variante Omicron ocorrida no dia 17 deste mês. O paciente de 21 anos foi atendido no Centro de Triagem de Içara no dia 27 de dezembro. Ou seja, a variante já estava na região nesta data. 

Este dado confirma as suspeitas dos secretários de Saúde de Içara e Criciúma sobre a causadora do elevado número de casos no início deste ano e que ainda atinge a região. No caso do paciente içarense, a equipe de saúde suspeitou que pudesse ser a referida variante e enviou o material coletado ao Laboratório Central do Estado (Lacen) com solicitação para encaminhamento ao Laboratório Fiocruz, o que permitiu a confirmação. O paciente já está de alta após ter cumprido o isolamento doméstico. A suspeita é que ele tenha contraído a infecção após contato com pessoas da África do Sul e Itália.

Casagrande diz que é a Ômicron

Mesmo sem confirmação oficial, a Secretaria de Saúde de Criciúma já considera a transmissão comunitária da variante Ômicron no município como a causadora da grande quantidade de casos positivos nas últimas semanas. O secretário da pasta, Acélio Casagrande, considerou esta causa ontem (20) numa entrevista que concedeu ao Portal Engeplus.

Para Casagrande, o aumento considerável no índice de transmissão da Covid-19, com elevação do número de casos ativos, é indício de que a variante atua no município, caracterizando a transmissão comunitária, quando a transmissão ocorre entre pessoas no mesmo território, sem histórico de viagem.

“Já é considerada a Ômicron circulante e com transmissão comunitária. Mesmo sem confirmação, mas é o mesmo tratamento e protocolo. A contaminação está muito alta”, disse o secretário.

No dia 4 de janeiro já havia três casos suspeitos da variante em Criciúma e que estão em análise na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro. Os exames foram mandados ao Rio no dia 21 de dezembro e os três pacientes cumpriram isolamento domiciliar, um deles esteve hospitalizado, mas recebeu alta.

Os casos foram encaminhados como suspeitos para a Vigilância Epidemiológica de Criciúma, que confirmou como positivos para a Covid-19. Como os três pacientes estiveram em viagens, um deles para a África do Sul, onde a variante Ômicron foi descoberta, o órgão achou necessário avaliar. Então os exames foram analisados no Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen/SC) e depois encaminhados para a Fiocruz.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Criciúma, bioquímica Andréa Goulart de Oliveira, também acredita que a variante está circulando na cidade e explica que outros exames sob suspeita foram encaminhados para a Fiocruz. “O Lacen sempre manda, pois tem a unidade sentinela que fica monitorando a chegada de novas cepas. A gente conhece a rapidez com que ela se dissipa. Isto mostra que provavelmente já está por aqui, mesmo sem ser confirmado. É altamente contaminante e estamos vendo isso nas famílias, uma vez que menor a transmissão em casa”, explicou a bioquímica.

Conforme o último boletim, publicado ontem pela Vigilância Epidemiológica, Criciúma soma 42.044 casos confirmados de Covid-19 desde o início da pandemia, sendo que 40.676 pacientes estão recuperados. Há ainda 697 casos ativos e 33 suspeitos. Entre confirmados e suspeitos, são seis pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Ação das secretarias

Com o aumento do número de atendimentos, a Secretaria de Saúde de Içara abriu na quinta-feira (20), o segundo Centro de Triagem e atua com frequência na qualificação da equipe que trabalha no combate à Covid-19.

Em Criciúma, a ação de atendimento também está alta, mas com serviços prejudicados por conta dos afastamentos. A Unidade Básica de Saúde do bairro Primeira Linha, em Criciúma, está com os atendimentos prejudicados em função da Covid-19. O médico que atende no local está de férias até o dia 31 de janeiro, já uma enfermeira cumpre isolamento domiciliar e uma técnica em enfermagem teve a confirmação do quadro de Covid-19 na manhã de ontem.

Ontem estavam sendo feitos apenas os serviços de entrega de receitas e ajuda com informações. O secretário de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande, cogitou a possibilidade de fechamento da unidade e, neste caso, os atendimentos passariam para as UBSs do Morro Estevão e Sangão.

Na manhã de quarta-feira (19), a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Santa Augusta fechou as portas para o atendimento ao público. Neste caso, a médica que atende no local, além de um enfermeiro e um técnico em enfermagem positivaram para a Covid-19 e foram encaminhados para tratamento domiciliar. A previsão de reabertura da UBS do Santa Augusta é no dia 27 de janeiro.