Descontentes com a falta de ação do Conselho de Administração diante das acusações de corrupção, associados buscam medidas mais enérgicas através do sistema judicial
Içara
Com o retorno do presidente Reginaldo de Jesus ao comando da Cooperaliança, associados se reuniram ontem (27) e decidiram ir à Justiça. Em meio às acusações de corrupção que envolvem a cooperativa, o grupo decidiu buscar medidas mais enérgicas do Conselho de Administração em relação às investigações em andamento. Insatisfeitos com a falta de ação por parte do conselho, eles optaram por recorrer ao sistema judicial para obter respostas.
Segundo Claudinei Defani, que compõe o grupo, após o encaminhamento de um ofício ao Conselho, os associados esperavam que fossem divulgadas informações sobre as medidas concretas que seriam tomadas para lidar com as acusações. “No entanto, a resposta recebida foi considerada insatisfatória, com o Conselho apenas alegando que medidas estavam sendo planejadas, mas sem especificar quais seriam”, ressalta.
Diante do que os associados chamaram de falta de transparência e ação por parte do Conselho, reunidos em uma nova reunião, eles decidiram tomar medidas legais contra a inércia do órgão responsável pela administração da cooperativa. Contrataram um profissional jurídico para representá-los e, assim que a inicial da ação estiver pronta, o advogado vai divulgar a data em que a ação será protocolada no foro.
Os associados alegam que a demora nas ações e a falta de um posicionamento público do Conselho demonstram uma aceitação dos fatos e uma falta de vontade em agir diante das acusações de corrupção. Ainda segundo Claudinei Defani, eles esperaram até o prazo estipulado para que o Conselho se manifestasse, mas a resposta recebida não foi suficiente para tranquilizá-los.
Conselho garante que está dentro do estabelecido pela justiça
Questionado sobre a posição dos associados, o vice-presidente da Cooperaliança, Paulo Rodrigues da Silva, respondeu que o Conselho está seguindo o que o juiz determinou “a volta dele” (Reginaldo). Isso ocorreu no dia 19 de junho, quando o Poder Judiciário de Içara indeferiu o pedido de prorrogação do afastamento do presidente. Desde que foi desencadeada a Operação Iluminado, Dedê ficou 30 dias fora da empresa por decisão judicial.
O outro membro do conselho administrativo, Cleber Viana, assegurou que o grupo vem sendo atuante. “Sobre não fazermos nada, discordo totalmente, já nos reunimos mais de cinco vezes após o fato, aguardamos o parecer da Justiça, e após a decisão do retorno do presidente, estamos nos reunindo para buscar formas de maior controle nas decisões e no dia a dia da cooperativa”, assegura.
Segundo ele, uma reunião realizada ontem estabeleceu a implantação de quatro comissões permanentes, com a presença de dois membros do Conselho de administração e mais um do Conselho fiscal.
As investigações sobre as acusações de corrupção na Cooperaliança estão em andamento, e uma ação policial já foi realizada, resultando em 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de Içara e Balneário Rincão, durante a fase de inquérito. Na oportunidade, quatro pessoas, incluindo o presidente da cooperativa, foram detidas temporariamente para as diligências.