Justiça autoriza retorno do presidente da Cooperaliança ao cargo

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Juiz indeferiu pedido de prorrogação do afastamento feito pela Polícia Civil por considerar que as provas já foram colhidas

Içara

O presidente da Cooperaliança, Reginaldo de Jesus, afastado da função há um mês por decisão da Justiça, pode retornar hoje ao cargo. Isso decorre após indeferimento do poder Judiciário diante de um pedido de prorrogação do afastamento.

A medida buscava a preservação de diligências ainda em curso em desdobramento a Operação Iluminado, que investiga enriquecimento ilícito e outros crimes. Durante a ação da Política Civil, 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e quatro pessoas detidas, incluindo o presidente.

O advogado de Reginaldo, Giancarlo Castelan, que assumiu recentemente o caso, pontuou que a decisão é “satisfatória para o momento”. Ele não quis se manifestar sobre os autos, mas informou que a defesa está confiante na justiça e na inocência do cliente. Também ressaltou que não há outro pedido liminar. “Ele não está mais impedido de acessar a Cooperativa”, reforçou.

Castelan faz parte de uma equipe de advogados que atua em Florianópolis. Ele assumiu recentemente o caso, até então respondido por Ramirez Zomer.

O juiz Rodrigo Barreto sustentou o indeferimento afirmando que “não há como afirmar que persiste o risco de adulteração de provas, da documentação contábil, financeira e jurídica (porque já coletadas), nem se pode presumir que o investigado irá exercer influência em relação aos colaboradores (houve tempo hábil para oitiva de eventuais testemunhas). Logo, se não decretadas as medidas cautelares, não se vislumbra qualquer prejuízo às investigações ou à instrução criminal”.

O pedido de prorrogação teve a autoria da Polícia Civil que segue investigando os fatos em fase de inquérito. O pedido foi por mais 60 dias, que seriam para análise dos elementos apreendidos.

Entenda a Operação Iluminado

A Operação Iluminado durou um ano e investigou o patrimônio dos suspeitos, resultando em 12 mandados de busca e apreensão em Içara e Balneário Rincão. A extensão das medidas cautelares por mais 60 dias havia sido requisitada para a análise dos elementos apreendidos e também para investigar indícios de desvio de valores da empresa pelo investigado através da cessão irregular de materiais, especialmente postes para a rede elétrica, indícios de propina e compra de votos para a presidência do Conselho de Administração da Cooperaliança de 2023.

Ainda não há nos autos demonstração e quantificação concreta dos atos de desvio de valores monetários da Cooperaliança, manobras contábeis fraudulentas, nem indicação precisa do montante desviado.

Com a conclusão das investigações do respectivo Inquérito Policial, o Ministério Público formará a opinio delicti, de modo que os investigados poderão ser processados, julgados e responsabilizados por eventuais práticas criminosas.