Aumento do ICMS da gasolina vai diluir queda no preço da Petrobras

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O ICMS da gasolina vai subir em 24 das 27 unidades da federação a partir de 1.º de julho

Da Redação

O ICMS da gasolina vai subir em 23 estados e no Distrito Federal a partir de 1.º de junho, quando entra em vigor a alíquota única do imposto. Esse aumento de carga tributária vai diluir o impacto da redução de preços promovida nesta semana pela Petrobras.

Hoje o imposto estadual varia de 17% a 23% do preço da gasolina ao consumidor, o que corresponde a uma tributação de R$ 0,92 a R$ 1,34 por litro, dependendo do estado.

A partir do mês que vem, em respeito à Lei Complementar 192, aprovada no ano passado, os estados passarão a cobrar uma alíquota única de ICMS, fixada em reais por litro e não mais em um porcentual do preço de venda. Em comum acordo, eles decidiram que o tributo será de R$ 1,22 por litro.

A nova alíquota supera a tributação atual na grande maioria dos estados. Apenas três cobram alíquotas maiores que essa atualmente, e por isso vão reduzir a carga tributária a partir do dia 1.º: Alagoas, Amazonas e Piauí.

Para os demais estados, o imposto será reajustado entre R$ 0,02 e R$ 0,30 por litro em relação aos patamares atuais. Em São Paulo, maior mercado consumidor, que hoje cobra ICMS equivalente a R$ 0,96 por litro, o incremento será de R$ 0,26. Na mediana de todas as unidades da federação, o peso do tributo vai aumentar em R$ 0,19 por litro.

Enquanto isso, a redução do preço da gasolina A (sem mistura de etanol) nas refinarias da Petrobras foi de R$ 0,40 por litro a partir de quarta-feira (17). Porém, não é certo que o desconto chegará ao consumidor final, pelos seguintes motivos: a) distribuidoras e postos de combustíveis são livres para definir seus preços, e não têm a obrigação de repassar as variações nas refinarias; b) embora seja a maior empresa do setor, a Petrobras não é responsável por toda a oferta de gasolina do país. Parte do abastecimento é feito por importadoras e por refinarias privadas; e c) a redução de R$ 0,40 promovida pela Petrobras é na gasolina A, “pura”. O combustível que chega à bomba é a gasolina C, com 27% de etanol. Por isso, o preço final é influenciado também pelo custo do derivado de cana.

Outro aumento de tributo deve ocorrer um mês após o reajuste do ICMS. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende retomar a partir de 1.º de julho a alíquota cheia de PIS/Cofins. Os tributos federais somavam R$ 0,69 por litro de gasolina e R$ 0,24 por litro de etanol até junho de 2022, quando foram zerados por seis meses por decisão do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prorrogou o benefício por dois meses e, em março, elevou o tributo da gasolina para R$ 0,47 e o do etanol, para R$ 0,02 por litro. Na mesma ocasião, foi criada uma taxação de 9,2% sobre a exportação de petróleo bruto, válida por quatro meses.

Na quarta-feira, Haddad chegou a dizer que a Petrobras vai reduzir novamente seus preços no momento da reoneração de PIS e Cofins, dando a entender que Executivo e estatal estão trabalhando juntos a fim de atenuar o impacto ao consumidor. Depois, porém, a estatal comunicou ao mercado que não antecipa reajustes e que não havia qualquer decisão sobre futuras mudanças de preço. Haddad, por sua vez, buscou minimizar suas declarações.

Preço nos Postos de Criciúma

Ontem (22), o litro da gasolina estava com preços reduzidos em postos de combustíveis de Criciúma. Em um dos estabelecimentos visitados pela reportagem, o preço do combustível comum estava em R$ 4,87.