Criciúma
Rafaela Ferreira, aos 17 anos, é a primeira mulher a conquistar a pole position na Copa Brasil de Kart, é a quarta colocada no Campeonato Brasileiro de Kart em 2022 na categoria Graduados A, é vice-campeã da Copa SPR, é duas vezes terceira colocada no Campeonato Estadual de Kart, tem títulos e vices em competições regionais por Santa Catarina e agora está cotadíssima a participar da Fórmula 4.
Ela é de Criciúma, mas mora em Içara. Desde os nove anos acelera seu kart em provas estaduais e em 2021 passou a figurar também nas competições nacionais. O estímulo pela velocidade vem do pai Daniel Ferreira.
“Meu pai é minha inspiração. Foi por conta dele que comecei a competir. Ele era proprietário de uma pista de kart indoor e também competia. Comecei a acompanhar ele nas provas, gostei, pedi um kart e desde então passei a pilotar”, lembra Rafaela.
Rafaela é um dos nomes sondados para ocupar um dos 16 carros da Fórmula 4, porta de entrada dos pilotos que desejam alcançar a Fórmula 1, principal categoria do automobilismo no mundo.
“A Fórmula 4 começou no Brasil em 2021. Antes, para começar nas categorias de base da Fórmula 1, a gente precisava sair do país. Isso é importante para que no futuro tenha mais brasileiros na Fórmula 1, porque não temos muito pilotos do Brasil nesta categoria. Inclusive, no momento não temos nenhum brasileiro no grid”, analisa.
O grid da Fórmula 4 é formado por quatro equipes, cada uma delas com quatro carros. Conforme Rafaela, para participar da categoria os pilotos precisam receber um convite e depois um sorteio definem em quais equipes eles disputarão as seis etapas do ano previstas para 2023.
“Eu estou confiante por conta do meu desempenho na temporada de 2022, no kart eu estive andando na frente contra os principais pilotos do Brasil e andei até com gente que esteve entre os dez no mundial. Acredito que eu esteja, sim, na Fórmula 4 em 2023”, diz.
A preparação para participar da categoria já começou. Com o resultado no Campeonato Brasileiro de Kart, Rafaela ganhou a oportunidade de realizar um teste na Fórmula 4. “Já me preparando para este teste, eu também pilotei um Fórmula 3. É bem gratificante poder ver todo o esforço e investimento que venho fazendo na minha carreira valendo a pena. É importante mostrar que as mulheres podem estar andando na frente e competindo de igual para igual com os homens”, completa.