Frente de esquerda segue indefinida em Santa Catarina

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PSB mais uma vez reivindica mais participação na chapa majoritária

Da Redação

O futuro da chamada Frente Democrática (PT, PSB, PDT, Psol, PCdoB, Rede, PV e Solidariedade), que reúne partidos de esquerda em Santa Catarina segue indefinido. Na quinta-feira o cenário com Décio Lima de candidato dava indícios de estar se consolidando. Lideranças das legendas chegaram a realizar uma reunião, que terminou com o nome de Décio Lima fortalecido para a disputa do Governo de Santa Catarina. Na manhã de sexta-feira, no entanto, o quadro mudou. Em nota encaminhada à imprensa, o ex-petista e hoje presidente do PSB, Cláudio Vignati (foto), garantiu que o senador Dário Berger segue na disputa.

“O PSB reafirma sua confiança nas tratativas conduzidas há quase dois anos pelos dirigentes dos partidos aliados no estado de Santa Catarina e que pretendem formar com o PSB a frente democrática, razão pela qual manifesta estranhamento com a versão amplamente divulgada pela mídia regional quanto à suposta definição da candidatura ao governo do estado. O PSB SC segue mantendo a indicação do senador Dário Berger ao governo e comunicou aos demais partidos sua disposição para encontrar a melhor configuração possível, inclusive a eventual candidatura à reeleição para o Senado da República”, escreveu Vignatti.

Apesar da decisão de manter Dário como alternativa para a disputa do Governo do Estado, o presidente do PSB faz questão de destacar que o prioridade para todas as legendas é consolidar a Frente Democrática no Estado. “A prioridade das prioridades é a manutenção da frente democrática contra Bolsonaro e seus representantes no estado de Santa Catarina”.

Na quarta-feira, Dário e Vignatti se reuniram em Brasília, com o ex-presidente Lula (PT) e seu pré-candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB) onde avaliaram o momento político de Santa Catarina e o impasse na construção da chapa da Frente Democrática.

“Levamos ao ex-presidente Lula a nossa preocupação para que possamos formar uma chapa vencedora e um palanque forte para a sua candidatura no Estado”, explicou o senador Dário Berger, acrescentando que o objetivo é ter a Frente Democrática cada vez mais fortalecida. “Esse é o momento de conversarmos, de dialogarmos e de construírmos”, completou o senador.

A reunião da Frente também provocou reações no PDT. Lideranças e filiados do partido emitiram uma carta aberta. Eles defendem que o PDT tenha espaço no Estado para o palanque do presidenciável Ciro Gomes. A carta sugere inclusive que, caso não encontre espaço na Majoritária, o PDT pode ter uma chapa pura com Jorge Boeira e Manoel Dias. “Nos encontramos espremidos entre os projetos de poder de extrema-direita e o hegemonismo petista com seus associados locais, responsáveis por ridicularizar de várias formas o trabalhismo e o nosso pré-candidato a presidente, a partir de falas, ações e ilações que desrespeitam o PDT, e sua história. Algo inaceitável vindo de dirigentes partidários da “frente democrática”. Acreditamos assim que o PDT, honrando seu legado, sua candidatura presidencial e pensando também nos candidatos proporcionais em nosso estado, cujo antipetismo é latente, não pode e não deve aceitar qualquer coisa menos que a vaga ao senado”, destaca parte da carta.

Apesar da tensão, Décio Lima manteve sua agenda normal na sexta-feira e seguiu afirmando que a cabeça de chapa é algo sacramentado e que todas as outras vagas devem ser definidas até o início da próxima semana.