Pescadores comemoram captura de mais de 70 toneladas e já projetam buscas por corvinas e anchovas
Balneário Rincão
Se em 2020 a temporada da tainha ficou aquém do esperado, em 2021 há motivos de sobra para comemorar. Isto porque as pouco mais de 400 famílias ligadas à Colônia de Pescadores Z-33 capturaram, desde o dia 1º de maio, quando a pesca foi liberada, mais de 70 toneladas do peixe. Os números, que serão oficializados após o encerramento oficial, que ocorre amanhã, já estão entre os melhores da história.
O recorde foi no ano de 2016, quando foram capturadas 100 toneladas de tainha. “Este ano foi um dos melhores. Isto nos anima a continuar na atividade, já que apenas os pescadores tradicionais, que sempre trabalham neste ramo, ainda seguem com este trabalho”, destaca o presidente da Colônia, João Picollo, informando que, apesar de a temporada só terminar oficialmente amanhã, não há mais barcos no mar. “Os cardumes já passaram, pois a tainha se concentra em nossa região entre maio e junho, para depois seguirem em direção ao norte, até a costa do Rio de Janeiro”, explica.
Mesmo com um resultado tão expressivo, os preços do peixe continuaram vantajosos aos pescadores. “Não havia tainhas no mercado, pois a temporada de 2020 não foi boa. Com isso, a procura pelos supermercados, indústrias e na compra direta foi muito boa”, salienta, lembrando que o pescado foi vendido, em média, por R$ 10,00 o quilo. “Assim, o faturamento total gira em torno dos R$ 700 mil”, comemora, enfatizando que a espécie, além de ser uma das que mais agrada aos consumidores, é a que mais ter cardumes. “Tivemos quantidade e qualidade na mesma temporada”, avalia.
Trabalho que não para
Para garantir o sustento das famílias durante todo o ano, os pescadores já preparam as buscas pelas corvinas e anchovas. “São utilizadas as mesmas embarcações, mas os apetrechos precisam ser trocados, pois as redes são diferentes para cada espécie”, ressalta, informando que os barcos e canoas não estão no mar, devido ao mau tempo. “Por se tratar se pesca artesanal, não temos como ir para a água muito agitada”, conta, explicando que, diferente da tainha, que possui uma época específica em que a captura é permitida, a pesca da corvina depende apenas da chegada dos cardumes ao litoral catarinense.
O desafio das baixas temperaturas
Para que os cardumes de tainha se aproximem da costa, é necessário que as águas estejam frias. Por outro lado, as baixas temperaturas são um desafio para quem vive da atividade. “As redes são levadas de barco até os cardumes, mas para retirar os peixes, é preciso sair das embarcações e puxar manualmente os apetrechos. Os pescadores já estão acostumados a enfrentar as águas geladas, mas este é um dos maiores desafios da profissão”, conclui.
As opções de preparo para cada peixe
- Foto: TAINHA
- Tainha: geralmente é servida assada, frita ou grelhada
- Foto: ANCHOVA
- Anchova: pode ser servida assada, frita, grelhada ou ensopada.
- Foto: CORVINA
- Corvina: pode ser preparada assada, frita, grelhada ou no vapor.