PL já tramitou nas quatro comissões fixas da casa legislativa criciumense e está liberado para inclusão na ordem do dia
Criciúma
Os vereadores de Criciúma devem votar na próxima semana o Projeto de Lei 40/2021 que prevê a proibição da linguagem neutra na grade curricular, no material didático de instituições de ensino e em editais de concursos públicos. O PL, de autoria do vereador Obadias Benones (Avante), já tramitou nas quatro comissões fixas da casa legislativa criciumense e está liberado para inclusão na ordem do dia.
A deputada estadual Ana Caroline Campagnolo também propôs projeto semelhante, já editado em decreto do Governo do Estado, no dia 15 de junho. O documento prevê a obrigatoriedade do uso da norma culta da Língua Portuguesa por instituições públicas e privadas de ensino, além de bancas examinadoras de concursos públicos.
Para o vereador Benones, o projeto acompanha a discussão nacional sobre a linguagem neutra e garante a manutenção do ensino sem novas formas de flexão de gênero. “Comecei a ouvir sobre pronome neutro e fui estudar. Vi que aqueles que defendem essa proposta, alegam que a linguagem neutra é inclusiva, mas não é. A linguagem neutra empobrece nosso vocabulário, confunde nossas crianças e segrega aqueles que têm dificuldade de aprendizado da nossa língua pátria, principalmente os disléxicos”, argumenta.
O autor da proposta acredita que o tema entrará em votação na segunda-feira (2), em sessão ordinária da Câmara de Vereadores. Benones garante que não há articulação para que a votação aconteça em uma data específica, todavia, acredita que terá aprovação e já ouviu manifestações favoráveis de colegas de Câmara.
“No português, “todos” engloba todas. E não é coisa da minha cabeça não. Todos sabem que o português vem do latim, e no latim havia o gênero masculino, o gênero feminino e o gênero neutro. Na passagem do latim para o português o masculino passou a fazer o papel do neutro. Então quando você dá bom dia a todos, você está cumprimentando todo mundo. Dizer boa noite a todos e a todas é redundância. E ‘todes’ eu nem vou comentar porque não é língua portuguesa”, justifica.