Secretária Maria Eduarda Fernandes Pacheco destaca ações do período a frente da Pasta e projetos para ampliar atendimentos
Balneário Rincão
Psicóloga por formação e professora, Maria Eduarda Fernandes Pacheco está à frente da Secretaria de Saúde de Balneário Rincão há cinco meses. Nesse período, já realizou um diagnóstico das principais necessidades da pasta e iniciou os projetos a médio e longo prazo, além de coordenar a vacinação contra a Covid-19. Em entrevista ao Jornal Gazeta, a gestora destaca as ações já realizadas e os planos para os próximos anos.
Jornal Gazeta: A secretaria da Saúde sempre teve grande importância nos municípios. Com a pandemia, o foco nesta Pasta ficou ainda maior. Nesse período como secretária, o que já pôde ser feito, implantado ou melhorado?
Maria Eduarda Fernandes Pacheco: Tive a oportunidade de realizar um diagnóstico minucioso das necessidades de saúde da população, desenvolver o plano municipal de gestão da saúde para os próximos quatro anos, com a ajuda da comunidade, da nossa equipe técnica, do Conselho Municipal de Saúde e, sobretudo, de iniciar um movimento de organização maior da atenção básica, visando melhor oferta dos serviços para a população. E claro, trabalhando incansavelmente para cumprir o calendário de vacinação sem qualquer prejuízo para a população e de maneira organizada e transparente.
Gazeta: Um problema comum em praticamente todos os municípios são as filas de espera por consultas, exames e procedimentos. Como está a situação em Balneário Rincão e como a secretaria de Saúde trabalha para reduzir esta fila?
Maria Eduarda: Atualmente, as filas para consultas com especialistas que são do próprio município e dependem exclusivamente da nossa agenda e regulação, giram em torno de 30 a 60 dias de espera. No entanto, quando as consultas são por regulação estadual para especialistas de alta complexidade e que necessitam da regulação de outros municípios e a demanda é maior, dependendo do tipo de especialidade, a espera pode ser maior. Lembrando que as filas são reguladas pelo grau de urgência e gravidade pelo médico regulador de cada município. Quanto aos exames, variam de acordo com a complexidade do exame solicitado pelo médico. Atualmente, duas especialidades nos preocupam de maneira mais significativa com as filas: a fisioterapia e a psiquiatria. Para isso, novos protocolos já estão sendo desenvolvidos para auxiliar na melhora dos encaminhamentos e no fluxo entre os serviços.
Gazeta: Outra situação que leva as pessoas a utilizarem os serviços da Saúde é a distribuição de medicamentos. Como você avalia a lista disponibilizada na Farmácia Municipal? Existem planos para ampliá-la?
Maria Eduarda: Nossa lista está atualizada. É bem ampla, apesar de não contemplar todas as medicações da lista do Estado, mas, para um município do tamanho do nosso, contempla uma série de medicamentos que muitos municípios até maiores que Balneário Rincão não oferecem. É uma lista robusta e, provavelmente, terá ampliação em 2022.
Gazeta: Mais de um ano se passou desde o primeiro caso de Covid-19 em Balneário Rincão e, como em todas as cidades, os profissionais de saúde estão cansados. De que forma a secretaria acompanha esses servidores e o que é feito para manter o atendimento de qualidade, mesmo com tantos desafios impostos pela pandemia?
Maria Eduarda: Nosso profissionais estão cansados. Desde que assumi, temos mantido uma gestão aberta. Nosso perfil tem sido através do diálogo, possibilitando um espaço para que os servidores possam vir e conversar sobre como estão se sentindo em relação à pandemia. Por isso, temos tentado sempre apoiar nas questões ligadas a medos e angústias. Por também ser profissional de saúde e ter estado na linha de frente, sei que algumas coisas são inevitáveis, em nosso ambiente de trabalho, que fazem parte da profissão que escolhemos. Não conseguimos nos blindar de tudo, mas não falta diálogo, nem espaço de acolhimento em nossa gestão. O cansaço é fato, temos um município pequeno, sem muitos profissionais para que possamos revezar.
Gazeta: Além dos atendimentos nas unidades de saúde e também relativos a Covid-19, outro desafio foi a vacinação contra a doença. De que forma o Município está trabalhando para agilizar a imunização e também conscientizar as pessoas da importância da vacina?
Maria Eduarda: Sempre que conseguimos um quantitativo de doses suficiente para a imunização nos finais de semana, esse trabalho tem sido feito. Estamos também trabalhando em horários estendidos, para contemplar as pessoas que trabalham durante o dia, em sistema de revezamento nas unidades de saúde. Geralmente nossas doses acabam no horário normal, mas quando recebemos uma quantidade maior, nos programamos para a ampliação do atendimento. Também atuamos na conscientização, para que a população entenda a importância da imunização.
Gazeta: Esta é a primeira vez que a Saúde de Balneário Rincão tem uma psicóloga como gestora. De que maneira sua formação e atuação profissional contribuem nos trabalhos?
Maria Eduarda: Tem sido satisfatório para mim, por ter chego até aqui. É um orgulho, enquanto psicóloga, pois a psicologia ocupa poucos espaços. Acredito que a diferença seja nosso trabalho, com a visão sistêmica, olhando por todas as perspectivas do ser humano, para visualizar além daquilo que a situação nos possibilita realmente ver. Minha experiência dentro do SUS também agregou, por ter trabalhado tanto com a população. A saúde mental tem essa perspectiva de compreender as pessoas e suas histórias na sua essência.