Há quatro meses na presidência da Fundação do Meio Ambiente de Içara, Ibanez Aníbal Zanette destaca melhorias e projetos a médio e longo prazo

Içara

Os números de atendimentos chamam a atenção. A demanda pelos serviços, sejam eles de baixa, média ou alta complexidade, é crescente. Mesmo assim, nos quatro meses como presidente da Fundação do Meio Ambiente de Içara (Fundai), Ibanez Aníbal Zanette já tem dados a comemorar. Em entrevista ao Jornal Gazeta, o gestor destaca as melhorias já implantadas e os projetos a médio e longo prazo.

Jornal Gazeta: Nesses quatro meses à frente da Fundai, o que já pôde ser feito, implantando ou melhorado?

Ibanez Aníbal Zanette: “No primeiro momento, procuramos entender quais eram as demandas do corpo técnico. Eles precisavam de um sistema chamado Sinfat, que serve para cadastramento online de parcelamento do solo, que várias cidades já possuíam. Assim, o empreendedor só consegue dar entrada no sistema com a documentação completa, o que agiliza a análise. Já estamos utilizando esse sistema desde o dia 1º de março, obedecendo a ordem cronológica e com possibilidade de acompanhamento online. Também sentimos a falta de um geólogo e já encaminhamos o pedido de cadastramento à Câmara de Vereadores, que, assim que for aprovado, faremos a contratação. Além disso, começamos um projeto em que a equipe do Centro de Castração vai às comunidades carentes, faz a aplicação de carrapaticida e antipulgas, cadastra os cães e gatos e, na semana seguinte, busca os animais, castra e devolve. Isso será ampliado com o Castramóvel, que foi um dos projetos de governo da prefeita e deve começar ainda neste ano”.

Gazeta: Esta é sua primeira experiência no serviço público, já que vem da iniciativa privada. Quais as diferenças e o que é aplicado nas empresas que pode ser implantado na Fundai?

Zanette: “Hoje, na Fundai, o que fazemos é uma gestão, uma troca de ideias. Muitas vezes, numa reunião entre o setor técnico e privado, resolvemos situações que demorariam meses se fossem protocoladas e respondidas com memorandos. As demandas que passamos para a prefeita, com fundamentação, foram e são aprovadas. Assim como na iniciativa privada, a gestão é que faz tudo funcionar. O que faz um técnico ou funcionário efetivo trabalhar é a gestão. Hoje estou muito feliz com nosso corpo técnico, pois estão entendendo a demanda e trabalhando muito bem”.

Gazeta: Quais são as principais demandas que chegam diariamente à Fundai?

Zanette: “Temos três tipos de demandas: a simples, a média e a complexa. Loteamentos, por exemplo, é complexo e demora um pouco mais. Hoje o que mais chega é castração, que é atendido em no máximo 45 dias, para pessoas físicas, enquanto as ONGs têm um percentual reservado, com acesso livre. Temos ainda pedidos isolados de cortes de árvores, que são simples e resolvemos rapidamente”.

Gazeta: Uma das atribuições da Fundação é a fiscalização de depósitos irregulares de lixo, que era um problema comum no município. Como está a situação atualmente e o que está sendo feito para coibir esta prática?

Zanette: “Isso é quase uma pandemia. Aprendi uma frase na Fundai: ‘todo mundo é ecologista no terreno do vizinho’. Grande parte das pessoas cuida e reclama porque o outro podou uma árvore, mas não possui nenhuma em seu próprio terreno. Em relação ao lixo, colocamos placas, procuramos instruir, mas muitas vezes não adianta. Como a cidade está crescendo, as pessoas costumam levar o lixo em lugares mais distantes. Queremos identificar estes locais e implantar um sistema de vigilância eletrônica ou câmeras para coibir essa prática. Também faremos um trabalho educacional com as crianças, com objetivo de diminuir ou acabar com esse costume a longo prazo”.

Gazeta: Alguns empresários afirmam que o licenciamento ambiental costuma demorar. Existe mesmo alguma demora? Por quê?

Zanette: “Tive vários exemplos de técnicos que diziam aos empreendedores que o processo estava parado, mas na verdade faltava alguma documentação. Temos gargalos, isso é fato, mas afirmo, com certeza, que 50% é responsabilidade do técnico da empresa. Eu disse aos empresários, me liguem e me perguntem. Quando qualquer processo precisa de documentação extra, estabeleci que a informação seja passada ao técnico e também ao empreendedor”.

Gazeta: Quais seus projetos a médio e longo prazo na Fundai?

Zanette: “A média prazo é a contratação do geólogo e começar a trabalhar com maior rapidez no parcelamento de solo. A longo prazo, precisamos de uma sede própria, além de transformar o nosso horto municipal num centro de educação ambiental, em parceria com a secretaria de Educação”.

A Fundai em números

  • 306 protocolos
  • 240 emissões de licenças, autorizações e declarações
  • 58.623 quilos de materiais recebidos no Reciclou, Levou
  • 8 infrações
  • 8 embargos
  • 25 notificações
  • 78 vistorias
  • 1.129 animais castrados