Além da venda em mercados da cidade e de Criciúma, ovos ainda são destinados à merenda escolar e vendidos na Feira da Agricultura Familiar
Içara
Assim como tantos outros içarenses, a família de Fabiano Bortolatto deixou a fumicultura para se dedicar a outra atividade, sem abandonar a vida no campo. Há quase 20 anos, trocou a plantação de fumo pela criação de galinhas caipiras na comunidade de Linha Pasqualini e atualmente conta com quase 4 mil aves e produção mensal de 9 mil dúzias de ovos com a marca Nany. Além de supermercados, o produto está presente na merenda escolar e pode ser encontrado na Feira da Agricultura Familiar de Içara.
“Antes da produção de ovos, era fumicultor, mas sempre tive vontade de trabalhar com aves. Comecei a minha criação em 2002, com apenas 200 galinhas, depois de ver uma reportagem na televisão. Na época, tinha uma roça de palmeira real plantada e comecei a soltar as galinhas no meio para deixar o terreno limpo. As folhas da palmeira são duras e não são da cadeia alimentar delas. Então, as galinhas ajudavam a ‘capinar’ e deixavam as palmeiras limpas. Mas a procura por ovos era grande e começamos a ter mais lucro com a venda dos ovos. As palmeiras foram crescendo e a roça foi fechando”, relata Fabiano.
Segundo ele, a ajuda para a mudança veio por meio da Epagri. “Cito até o nome do Marcelo Pedroso (médico veterinário da Epagri), que nos levou para visitar um modelo de inspeção em Caxias do Sul, de onde surgiu a ideia da criação do serviço de inspeção em Içara e depois com a Coopafi”, aponta.
De acordo com o produtor, a escolha para a criação foi pela Embrapa 51, poedeira resultante do cruzamento entre linhas Rhode Island Red e Plymouth Rock Branca que, por ser rústica, se adapta bem aos sistemas menos intensivos, como o caipira. Ao final do período produtivo de ovos, havia o abate das aves para a venda da carne. Ele, a esposa e um colaborador criaram as galinhas nesse sistema até 2008, quando a gripe aviária trouxe novas exigências e tornou o negócio inviável. A criação das aves continuou, no entanto, apenas para a produção dos ovos.
“O programa do governo de aquisição da merenda escolar, o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) contribuíram muito, pois a compra de até R$ 20 mil por DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) ajudou na comercialização”, declara Fabiano. Atualmente, além da venda para a merenda escolar do município, os ovos são comercializados em mercados da cidade e de Criciúma e na Feira da Agricultura Familiar de Içara.
Colaboração Andreia Limas
Canal Içara