Lideranças dos caminhoneiros do Sul descartam paralisação

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“Se parar, derruba o Brasil”, diz uma deles, que aponta a pandemia como principal motivador da não adesão ao movimento grevista

Criciúma, Içara e Região

Conforme o caminhoneiro Jair Ferras, uma das principais lideranças da categoria na região, a greve dos caminhoneiros está descartada no Sul de Santa Catarina. A informação foi divulgada ontem (2) na reportagem do jornalista Thiago Hockmüller, do Portal Engeplus. O caminhoneiro apontou que a decisão de não participar do movimento ocorre, sobretudo, pelo momento de crise vivida no país em função da pandemia do novo coronavírus. Uma greve geral, como a de 2018, agravaria ainda mais a crise econômica e sanitária.

“Está descartada esta possibilidade de fazer greve aqui. O pessoal não quer parar por causa da pandemia. Querem ter o respeito com o povo que precisa da pista para socorro imediato e transporte de insumos. Os caminhoneiros, em si, de modo geral, não querem a greve”, disse Ferraz ao site.

O movimento grevista, que tenta cooptar adeptos em todo o país, reclama da alta no preço do óleo diesel e reivindica a revisão no reajuste na Tabela do Piso Mínimo de Frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Apesar de reconhecer os problemas enfrentados pela categoria, Ferraz explicou à reportagem que a decisão de não participar do movimento grevista. A decisão no Sul catarinense também é influenciada pela não adesão da categoria em Três Cachoeiras (RS), local considerado um dos principais polos do país. Lá, os motoristas se reuniram e votaram pela não paralisação. No geral, também houve pouca adesão no restante dos estados.

“Três Cachoeiras também não vai aderir. 99% da categoria não aderiu. Tem alguns pontos de parada, mas a princípio está normal em São Paulo, Rio de Janeiro, no Nordeste, Goiás… há alguns pontos, mas não vai fazer efeito. Neste momento, a categoria vê as pessoas que estão sofrendo com a pandemia, as famílias que perderam parente ou que tem familiares no hospital e precisam de gasolina e oxigênio. Se realmente parar, com a crise e a pandemia que estamos vivendo, aí derrubamos o Brasil. Não queremos isso. A categoria ama o Brasil, ama a pátria, somos patriotas e pensamos pelo bem do país. Jamais queremos prejudicar ou trazer danos para o Brasil”, explicou o caminhoneiro.