Localização da empresa contratada pela Prefeitura de Criciúma é uma das indagações da Comissão de Inquérito que busca verificar a existência de irregularidades
Criciúma
A localização da Master Vida, empresa contratada pela Prefeitura Municipal de Criciúma via Secretaria Municipal de Saúde, é uma das principais indagações da Comissão de Inquérito que busca verificar a existência de irregularidades na contratação de empresa prestadora de serviços de ambulância para o transporte de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. Tal situação é colocada como central, pois a ambulância ficava num terreno de propriedade de Fabiano Feuser, servidor da Prefeitura, e já ouvido na CI.
O proprietário da empresa Master Vida, o médico Vanderlei Damin, esteve ontem (16) no Plenário do Legislativo, respondendo aos questionamentos dos vereadores, inclusive sobre a localização da empresa. “Optei por alugar essa sala comercial pela facilidade de já conhecer o Fabiano. Me senti mais seguro de alugar ali pela mãe dele morar ao lado desse terreno e que poderia cuidar do local. Não acho isso estranho, é um direito privado”, comentou.
Em relação ao grau de amizade, o médico afirmou que se conheceram quando eram colegas no Samu, ali começou um vínculo de trabalho que depois evoluiu para uma amizade. Sobre como teve conhecimento do processo, Vanderlei declarou “Fiquei sabendo pelo Fabiano, por telefone, ele perguntou se eu tinha interesse em participar. Então resolvi colocar minha empresa à disposição”.
Outra situação colocada pelos vereadores foi se houve ou não a contração de novos motoristas. “Eu fiz uma escala e, conforme a demanda, chamava por plantão”, ressaltou Vanderlei. Quando perguntado sobre o pagamento para esses motoristas, pelos 15 dias de prestação de serviço, o médico afirmou que não conseguiu retirar a nota da prefeitura, e por este motivo precisou pagá-los com o próprio dinheiro.
“O contrato visava única e exclusivamente de condutor, pois eu não teria uma segunda ou terceira ambulância, então eu não iria participar se precisasse oferecer: ambulância e condutor, pois pra isso eu teria que ter duas ou três ambulâncias, para se caso houve uma quebra, varia, enfim conseguisse substituí-la. O município já tem ambulâncias, só faltavam os condutores, do contrário não teria como participar do processo”, complementou Vanderlei.
O médico Daniel Ricardo Neisa, que havia sido intimado para prestar depoimento ontem, enviou ofício à Câmara declarando que não poderia comparecer por estar realizando plantão no Samu. A sua oitiva foi reagendada para o dia 30 de junho.
Próximos encaminhamentos da CI
O vereador Paulo Ferrarezi pediu informações para a Secretaria Municipal de Saúde de Criciúma. “Segundo o comitê da Covid-19, que estamos participando, houve a contratação de quatro motoristas. Mas segundo o Dr. Vanderlei, ele contratava plantonista. Então, queremos informações da Secretaria de Saúde o que realmente constatava: motorista contratado ou motorista plantonista”.
O vereador pastor Jair Alexandre também pediu explicações sobre a contratação desses motoristas. “A contratação dos motoristas acontecia verbalmente, segundo Vanderlei, mas queremos algo que possa comprovar essa contratação por parte da prefeitura”, completou.
A Comissão tem prazo de 90 dias, prorrogáveis por igual período, e é composta pelos vereadores Aldinei Potelecki, Edson Luiz do Nascimento, Miri Dagostim, pastor Jair Alexandre, Paulo Ferrarezi, Salesio Lima, Toninho da Imbralit e Zairo Casagrande.