Sedução Poética
A arte é a salvação, transforma as pessoas. A música, as pinturas, os livros, entre outros, transporta-nos para o tão sonhado mundo melhor. Estamos vivendo numa época em que muitos se esqueceram dos bons valores. A literatura é uma das mais belas heranças que o escritor deixa à humanidade, amenizando as dores do cotidiano. As futuras gerações agradecerão, é o que sobrará de nós escritores e artistas, que deram um pouco de si em prol de uma superação se instalando como iguaria fina, misturando as artes do espírito sensível com os fatos da atualidade, mesmo que passe embaixo apenas da janela do autor. Em pensamentos, daqui 100 anos, um bisneto olhará para as minhas obras e dirá “Esta mulher é a minha bisavó, escreveu alguns livros e …”. Preciso mais? Não, já morrerei feliz. Outro dia eu estava olhando para os meus dois filhos e pensei “Será que ensinei a eles o que deveria ensinar? Nós mães somos assim, queremos ser perfeitas, mas sabemos o quanto deixamos a desejar no mundo de hoje. Coloquei as fotos dos dois num porta-retrato, próximo aos livros na minha biblioteca, e todos os dias sento diante daquela pintura e volto ao tempo em que eram os meus bebês, sinto muitas saudades, o tempo passa… O retorno é extremamente gratificante. Os meninos correndo à beira mar, fazendo arte na varanda ou me avisando que aquela chuva intensa é sol, porque queriam que os levassem ao mar. A viagem de um escritor é sempre ilimitada, porque não pretende deixar ao leitor apenas a ficção, mas também um ensinamento, a busca de si próprio, o conhecimento e a interação. Em uma sociedade em que você precisa do consentimento “do outro” para existir, não diga que concordas comigo. Quando alguém diz que concorda comigo tenho a sensação de que fiz algo errado… Obra de referência “O Retrato de Dorian Gray”. Hoje não quero pensar naquilo que todo mundo pensa, porque parece que penso de trás para frente. Quando estou inspirada escrevo tudo o que você não quer ler, por que será? A Martha Medeiros disse: “A nossa rotina só é chata quando não temos inspiração”. Cito outra leitura para que possamos entender um pouco mais sobre a humanidade, é ler a principal obra de Balzac, A Comédia Humana, que fala de sentimentos, realidade social, descrições minuciosas, cotidiano da vida burguesa, imaginação e valorização das paixões humanas. O escritor passava aproximadamente 15 horas por dia escrevendo movido a muitas xícaras de café. É estranho a vida, vamos pensar. É, às vezes esses amores “Os meus meninos” surgem concretos, repousando na minha biblioteca. São os meus anjos cordiais, pássaros que passam, enfeitam o pequeno quarto onde dormia a vovó (antes de se tornar a biblioteca). Os instantes com algumas cores, voejam e partem, deixando na minha alma o sorriso, enquanto um anjo tagarela afasta-se e não me avisa se vai voltar…