Encontros virtuais para profissionais de saúde da região ocorrem uma vez por semana e debatem temas relacionados à pessoa com deficiência

Criciúma

O trabalho desenvolvido pelo Centro Especializado em Reabilitação (CER) da Unesc, em tempo de pandemia, também resultou em workshops virtuais com temáticas de interesse para profissionais da saúde da região. Os encontros são semanais e têm a presença de membros da equipe multiprofissional do CER que explanam sobre o tema e dialogam com os participantes, esclarecendo dúvidas e trocando experiências.

O tema de quarta-feira (10) foi “Pessoas com amputação: Subjetividades, processo de reabilitação e direitos sociais” (foto), abordado com a apresentação de dados relativos aos atendimentos do CER Unesc e um debate mediado pelos profissionais Priscila Schacht Cardozo (assistente social), Maurício Lopes (psicólogo e residente em Saúde Mental e Atenção Psicossocial) e Bruno Minotto de Bom (fisioterapeuta).

O CER é referência na região em reabilitação de amputados e segundo o fisioterapeuta, o protocolo adotado nesses casos é singular e depende de fatores como idade, comorbidades e causa da amputação. “Atualmente temos 32 pacientes no processo de reabilitação que ainda não fazem uso da prótese e quatro que estão se adaptando ao uso dela. Os pacientes com amputação são atendidos uma vez por semana e trabalhamos no fortalecimento da musculatura da coxa, abdômen e dos glúteos. Isso auxilia na marcha e na adaptação ao uso da prótese”, comenta. Segundo Minotto, a comorbidade que mais causa amputação de membro inferior é o diabetes – feriadas que não cicatrizam de forma eficiente podem evoluir, tendo a necessidade de amputação.

Temas elaborados a partir da necessidade dos profissionais

Os encontros virtuais, que começaram em maio, partiram de uma necessidade levantada pelos profissionais e serviços de saúde, assistência social e educação em 2019, ao longo dos encontros da Escola de Gestores de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência, projeto desenvolvido pelo CER.

Priscila conta que no último encontro da Escola de Gestores foi levantada a possibilidade de continuação do trabalho em 2020, e uma das estratégias pontuadas pelo público para isso foram os workshops. Em função da pandemia, a ideia de fazer os eventos de forma virtual, por meio do Google Meet, veio à tona, possibilitando que os serviços do CER sejam divulgados e que os profissionais da região possam ter acesso a informações sobre as temáticas envolvendo a pessoa com deficiência.

Além do assunto abordado na quarta-feira (10), os encontros do CER falaram sobre “Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência”; “O conceito social de deficiência e a inclusão no mundo do trabalho”; “Projeto Terapêutico Singular (PTS) no processo de reabilitação”; “Recebi um diagnóstico, e agora? – O cuidado com a família e a influência da construção da identidade da pessoa com deficiência”; “Terapias alternativas e trabalhadores(as) da saúde: Cuidando de quem cuida” e “Utilização de escalas para elaboração de Projeto Terapêutico Singular (PTS)”.

“A ideia é que os profissionais do CER possam explanar sobre determinada temática, sempre vinculada à pessoa com deficiência e os participantes possam debater juntos. Os encontros virtuais têm alcançado um número de pessoas que talvez presencialmente teríamos dificuldade de ter, em função de questões como deslocamento e prioridade de demandas. O workshop neste modelo tem dado muito certo e o objetivo é continuar os encontros mesmo após a pandemia, para ampliar ainda mais o debate e trazer outras temáticas também, para fortalecer um trabalho em rede e capacitar os profissionais”.