Mãe, administradora e nas horas vagas atleta

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Natália Schutz, jogadora de handebol de Criciúma, celebra Dia das Mães com filhos e fala da rotina conciliando a maternidade, o trabalho e o esporte

Criciúma

O domingo será especial para muitas famílias que irão celebrar o Dia das Mães, neste ano comemorado em 10 de maio. Para Natália Ramires da Rosa Schutz, de 31 anos, não será diferente. A pivô do time de handebol de Criciúma, mãe do Gabriel de cinco anos e dos gêmeos Alice e Théo, de quatro anos, conta sobre sua rotina conciliando a maternidade, o trabalho como administradora e a vida no esporte.

A trajetória de atleta iniciou aos 13 anos. Praticante da modalidade no Colégio São Bento, Natália foi indicada para jogar na equipe da Fundação Municipal de Esportes (FME) de Criciúma. “Não era algo que eu levava com muita seriedade, era apenas por lazer. Em 2004 com a chegada do Luís (atual técnico), comecei a ter mais interesse pelos treinamentos e pelas competições”, lembra.

Durante a temporada citada, a pivô foi campeã da Olimpíada Estudantil Catarinense (Olesc), do Estadual da Federação Catarinense Handebol, dos Joguinhos Abertos de Santa Catarina, vice-campeã com a Seleção Catarinense e bronze no Brasileiro Juvenil. “Daí em diante, o handebol se tornou parte fundamental da minha rotina. Foi uma geração muito vitoriosa, tínhamos um time de ponta e liderávamos nossas categorias”, frisa Natália.

Em 2013, quando atuava por Florianópolis, depois de somar passagens por Videira e São José, a criciumense paralisou a carreira de atleta pela primeira vez. “Foi o ano que engravidei do Gabriel. Parei então com o handebol de rendimento e treinava apenas por brincadeira, duas vezes por semana. Jogava campeonato de Handbeach e alguns torneios com umas amigas que gostavam de treinar”, lembra a pivô.

Já em 2015, Natália ficou grávida de Alice e Théo. Seis meses após o nascimento dos gêmeos, a atleta voltou aos treinamentos e em 2018, com a retomada do time adulto do handebol feminino, voltou a defender Criciúma.

Antes da pandemia da Covid-19, com as práticas esportivas sendo mantidas dentro da normalidade, a pivô tinha uma rotina agitada, mas sempre priorizou a maternidade. “Em todo esse período da minha volta, as crianças sempre foram prioridade para mim. Então eu tinha que conciliar meu trabalho, a casa, a rotina de escola deles com os dias de treino. Só foi possível voltar, porque o pai deles me apoiou e segurava as pontas em casa. Ele sempre foi muito companheiro para que eu pudesse dar conta”, ressalta a atleta.

A criciumense destaca ainda que suas atividades diárias contam com a colaboração de terceiros, que fazem parte do seu dia a dia. “Meus colegas e chefes são pessoas muito compreensivas. Tem dias que saio de casa as 7h e retorno apenas a meia-noite, especialmente este semestre que retomei a faculdade, sendo uma oportunidade que novamente o Handebol está me dando. Justamente pensando num futuro melhor para as crianças, acredito que o cansaço diário e todo sacrifício valerá a pena”.

Toda dedicação no trabalho, em casa e com os filhos é retribuída com o carinho de amigos, colegas e principalmente daqueles que são seus maiores tesouros. Por isso, o “capitão” e filho mais velho faz questão de expor o sentimento por quem diariamente luta para seu melhor. “Eu amo muito a mãe. Ela faz tudo o que eu gosto, como brincar e ir nos nossos lugares preferidos”, declara Gabriel.

Com o sentimento de que está no caminho certo, Natália ainda frisa a importância dos filhos em sua vida. “A maternidade me fez uma pessoa melhor, uma atleta melhor e uma profissional melhor. Me mostra todos os dias que a gente pode ir além do que pensa, fazer mais, se dedicar mais e reconhecer a força que a mulher tem”, finaliza.

Além de todas as funções citadas, a atleta ainda faz parte da diretoria da Associação Criciumense de Handebol Feminino (Acrihf), que comanda o time de Criciúma, juntamente com a FME.