Presidente da CDL afirma que futuro fechamento das lojas não é planejado
Içara
O surto do Covid-19, além de causar alterações na rotina da população e de muitos serviços públicos, também vem trazendo impactos no comércio do município. A pandemia tem sido o foco das notícias e as recomendações sugerem que as pessoas não saiam de casa e, principalmente, evitem aglomerações. Com o aumento de casos em Santa Catarina nos últimos dias, os comerciantes já puderam sentir a diferença nas vendas.
Na loja de móveis De Luca, o movimento chegou a diminuir cerca de 50% nos últimos dias, de acordo com o gerente Alex Amâncio. Ainda segundo ele, pelo fato de a loja não possuir grande aglomeração, tanto por parte dos clientes como dos funcionários, ele descarta a possibilidade de fechamento. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Içara, Alexandre Fernandes, destaca que, apesar de afetar negativamente nas vendas da maioria, a situação atual também impacta de forma favorável alguns ramos, como as farmácias.
Já na Mundo Encantado, as vendas não sofreram alterações, mas a escassez de pessoas na rua é notada pelos funcionários. “Caso haja algum decreto oficial por parte da prefeitura, ou uma decisão geral por parte dos comerciantes, a loja será fechada para atendimento ao público. Apesar de causar prejuízos nos negócios, é uma questão de saúde pública”, relata a funcionária Talita Pereira dos Anjos. Filha da proprietária do estabelecimento focado em roupas infantis, ela ainda menciona o cuidado com o público alvo da loja e a constante procura por medidas de prevenção.
O presidente da CDL informa que, até então, nenhuma mudança no funcionamento do comércio é pensada. “Estamos acompanhando a situação e agiremos conforme orientação da Secretaria de Saúde, mas acho difícil acontecer o fechamento do comércio. A recomendação, até então, é que cada estabelecimento faça seu tipo de proteção, com produtos de higienização, por exemplo”, conta Fernandes.
O prefeito Murialdo Canto Gastaldon, entrevistado pelo nosso colunista Anderson de Jesus, disse não ter precisão sobre o quanto as consequências desta pandemia vai afetar a economia do município, mas sabe que o peso sobre a arrecadação e sobre as famílias será grande. Para o prefeito, a tendência é que o cenário só se acalme de fato a partir de agosto.
O economista e coordenador do curso da Unesc, Amauri de Porto Júnior, acha cedo demais para qualquer projeção, mas imagina uma reação lenta em se tratando de Brasil. “Estamos saindo de uma crise e a recuperação será afetada. Os efeitos já estão sendo sentidos e as bolsas e o dólar são um exemplo, mas ainda não dá para saber o tamanho do efeito”, informa.