Polícia Civil investiga crimes contra a Apae de Lauro Müller

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Entre os alvos de investigação policial estão o presidente da entidade e duas servidoras

A Polícia Civil cumpriu ontem sete mandados de busca e apreensão e dois mandados de afastamento de funções relacionados à investigação sobre suspeitas de crimes na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Lauro Müller. Há inquérito policial na delegacia local em andamento requisitado pelo Ministério Público. O Instituto Geral de Perícias (IGP) prestou apoio à ação.

Entre os alvos de investigação, estão o presidente da Apae de Lauro Muller, duas servidoras da entidade e um diretor da Federações das Apaes de Santa Catarina. Segundo o delegado Ulisses Gabriel, na requisição constou a existência de “notícia crime” anônima dando conta de suspeitas de que o presidente da entidade agiria de forma a embaraçar as investigações, proibindo, inclusive, que os fatos fossem levados ao conhecimento do Ministério Público, bem como estaria supostamente perpetrando crimes de peculato na condição de presidente.

Conforme o delegado, na investigação surgiram indícios de possíveis práticas de crimes de coação do curso do processo, peculato, injúria racial, tráfico de medicação controlada, associação para o tráfico, inserção de dados falsos em sistema informatizado da administração pública e associação criminosa.

De acordo com depoimentos prestados no Ministério Público de Santa Catarina, o presidente da Apae supostamente abastecia o seu carro com dinheiro da entidade, além de utilizar o telefone celular, pago pela instituição, para uso pessoal. Ainda de acordo com a investigação, há indício de improbidade administrativa pelo uso do dinheiro da Apae para efetuar pagamentos de compras particulares em mercados da cidade. “Inclusive se obtendo nota fiscal emitida no dia 21 de dezembro de 2018, no valor de R$ 1.219,38, período em que a Apae está sem atividades, bem como chamou a atenção uma nota de 31 de janeiro de 2019, no valor de R$ 6.116,24, quando a Apae também estaria sem atividades normais”, informou a Polícia Civil.

Entre os crimes apurados, também estão o pagamento superfaturado do conserto do veículo da entidade e que foi realizado em uma mecânica no município de Orleans, tráfico de medicamento controlado, desvios de alimentação da Apae, fraude ao Sistema Único de Saúde (SUS), com inserções de atendimentos indevidos, dos quais teriam participação o presidente, a psicóloga e a diretora da Apae de Lauro Müller, além do diretor Social da Federação Catarinense das Apaes e ex-presidente da Federação.

Foram deferidos até agora pela Justiça sete mandados de buscas e apreensão e dois de afastamentos após manifestação do Ministério Público. As investigações foram concentradas na delegacia de Orleans e contaram com a atuação e apoio da Promotoria de Lauro Müller através da promotora Larissa Zomer Loli.