Os resultados apontaram a péssima qualidade da água do rio Criciúma em todos os indicadores utilizados
A Unesc divulgou ontem informações sobre um recente Diagnóstico Socioambiental do Leito Principal do Rio Criciúma, realizado a pedido da Prefeitura de Criciúma. “A área estudada é de grande importância para o município, visto que o rio Criciúma está inserido na área central da cidade, transpassando vias municipais importantes, como a Avenida Centenário”, explicou o coordenador do Centro de Pesquisa e Estudos Ambientais (CPEA) da Unesc, Sergio Galatto.
“Conhecer o rio é fundamental para que o município possa crescer sem agredir o meio ambiente”, completou Galatto.
Os resultados apontaram a péssima qualidade da água do rio Criciúma em todos os indicadores utilizados. “A água do rio Criciúma não apresenta qualidade para uso doméstico ou industrial, de acordo com a resolução nº 357/2005 do Conama”, garantiu Galatto.
O ponto do rio que apresenta qualidade superior ao resto do rio está localizado próximo a nascente, ainda que o resultado obtido no local seja de “qualidade duvidosa”, de acordo com o BMWP (Biological Monitoring Working Party) e “ruim”, segundo o IVA/IPMCA (índice de Preservação da Vida Aquática/Índice de Variáveis Mínimas para a Preservação da Vida Aquática).
Para o coordenador do CPEA, a condição atual da qualidade da água reflete um histórico de poluição e má administração do leito do rio Criciúma. “Um longo período com descarga de resíduos levando a degradação da água e perda de organismos fundamentais para o equilíbrio ecossistêmico”, explicou. “Ainda precisamos somar a pressão que o ambiente ao redor exerce sobre o corpo hídrico, transformando o rio em um ambiente insalubre”, complementou Galatto.
Os técnicos do CPEA percorreram todo o leito principal do rio Criciúma, das nascentes até a foz. “Os trabalhos identificaram uma série de pontos de fontes de poluição, dentre os quais destaca-se a descarga de esgotamento sanitário e de resíduos domésticos no leito do rio”, afirmou o coordenador do CPEA, Sergio Galatto. O estudo também encontrou a possibilidade de riscos ambientais. “Identificamos uma pequena porção de área com potencial risco de alagamento”, alertou o profissional.
O diagnóstico socioambiental foi desenvolvido pelo CPEA, e contou com uma equipe multidisciplinar composta por biólogos, geólogo, advogado, engenheiros ambientais, civis, agrimensores e de segurança, administrador, historiador e arquiteto.
O estudo foi elaborado em conformidade com o Parecer Técnico n° 34/2014 do Ministério Público Estadual de Santa Catarina, e analisou informações socioeconômicas, ambientais e jurídicas das margens do leito principal rio Criciúma. “Com isso, pode-se gerar um parecer técnico sobre as questões ambientais de maior relevância, tais como áreas prioritárias para conversação, ocupações de risco e fontes de poluição, dentre outros elementos que compõem a base da gestão ambiental urbana”, elencou o coordenador.
O diagnóstico vai servir como ferramenta norteadora para o planejamento e desenvolvimento urbano sustentável e será suporte para uma gestão ambiental responsável do município.