Município tem casos suspeitos da doença endêmica. Unidades escolares no bairro São Francisco serão higienizadas pela administração municipal
A administração municipal, via Secretaria Municipal de Saúde, reforçou os trabalhos de prevenção nas comunidades que registraram casos suspeitos de meningite em Criciúma. O anúncio foi realizado pelo prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, em coletiva de imprensa organizada na manhã de ontem, na Sala de Atos, no Paço Municipal Marcos Rovaris.
“O governo municipal está tomando todas as providências. A creche Beato Anibal Maria de Francia e a escola Eliza Sampaio Rovaris, no bairro São Francisco, foram fechadas e serão higienizadas até amanhã, com padrão hospitalar. Os profissionais e os alunos da creche já foram imunizados com a medicação profilática para meningite. Equipes da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal da Assistência Social também vão estar nos bairros para prestar apoio às pessoas e esclarecer dúvidas”, conta Salvaro. As atividades nas unidades educacionais retornam ao normal na sexta-feira (27).
Conforme o secretário municipal de Saúde, Acélio Casagrande, a administração municipal disponibiliza mais de 40 pontos de vacinação contra a meningite aos moradores. “É importante que os pais mantenham a carteirinha de vacinação dos filhos em dia”, afirma. De acordo com Casagrande, nos últimos dias, Criciúma registrou dez casos suspeitos de meningite, com duas mortes. A Secretaria Municipal de Saúde aguarda as análises do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) de Santa Catarina para confirmar a causa dos óbitos.
Alta hospitalar
Todas as crianças internadas no início da semana com suspeita de meningite foram liberadas após os exames descartarem a doença. Ontem de manhã, a última criança que estava em observação teve alta hospitalar.
Segundo a enfermeira coordenadora de infecção Hospitalar do Hospital Materno Infantil Santa Catarina, Camila Borges, nesse momento nenhuma criança está em observação, no pronto socorro. A única criança que restava foi liberada há pouco, sem suspeita de meningite. A coleta do líquor apresentou resultado negativo e a criança foi liberada.
Em até 10 dias sai a contraprova dos exames feitos pelo Laboratório Central (Lacen). O resultados preliminar no bebê de 7 meses, o primeiro a morrer, foi assertivo para a doença. A coordenador do setor de agravos da Vigilância Epidemiológica de Criciúma, Michele Serafim Hilario de Barros, disse no dia que a criança estava com a bactéria da meningite e que a causa da morte foi por meningococcemia, um quadro mais grave da doença.
O resultado do segundo menino foi pouco elucidativo segundo a enfermeira, mas o quadro sintomático era o mesmo do anterior. Apesar disso, o secretário Acélio Casagrande acha que “não há porque criar alarde”. “Nós tivemos até agosto deste ano um dos menores indicadores de mortalidade infantil de todos os tempos. Enquanto a média nacional está em 12 ou 13 crianças a cada mil nascidos vivos, nós uma média de seis”, ressaltou.
Sintomas da meningite
A meningite é um processo inflamatório das meninges e apresenta sintomas como: febre, dor de cabeça, rigidez ou dor no pescoço, náuseas e vômitos. Manchas vermelhas ou roxas, pequenas ou grandes, na pele, podem indicar doença mais grave (meningococcemia). Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, mudanças de comportamento como confusão, sonolência e dificuldade para acordar podem, também, ser sintomas importantes. Em recém-nascidos e lactentes, os únicos sinais e sintomas de meningite podem ser febre, irritação, cansaço e falta de apetite.
