Comarcas refletem importância do acompanhamento com a juventude
“Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Este foi o assunto que norteou as duas noites de estudos comarcais por região pastoral na Diocese de Criciúma. Na noite de terça, 10, a região Sul, reunida em Turvo. Na quarta, 11, no Santuário de Caravaggio, as comarcas da região Norte. O Bispo de Cruz Alta (RS), Dom Adelar Baruffi, foi quem conduziu as reflexões, à luz da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Cristus Vivit, sobre o Sínodo dos Bispos sobre os jovens. Em sua companhia, também o padre Marciano Guerra, de Caxias do Sul (RS), assessor diocesano do Setor Juventude.
No início de sua fala, em Caravaggio, Nova Veneza, Dom Adelar falou um pouco sobre a familiaridade que sentia ao estar no Santuário, pela mesma ligação cultural e devocional com a terra de onde veio e saudou com alegria os participantes. “O Sínodo nos ensina a ser Igreja que sabe escutar os jovens e o que as pessoas têm a dizer sobre a vida dos jovens”, disse o Bispo, ao falar da experiência que brotou do Concílio Vaticano II para debater questões emergentes do mundo, de tempos em tempos. Decifrando a etimologia da palavra “sínodo”, o Bispo afirmou que significa um “caminhar juntos”. “A Igreja é sinodal, é comunhão e imagem da sua fonte original: a Trindade. E deve espelhar e formar esta comunhão”, acrescentou.
Sobre a temática central, Dom Adelar ressaltou o quanto é importante compreender a vida e a presença dos jovens no mundo e, por isso, é tão importante a fé e o discernimento vocacional. “O caminho vocacional, no sentido aberto da palavra, parte do caminho de fé que nós fazemos (…) como com os discípulos de Emaús, nesta vida temos alguém que quer nos acompanhar: Cristo Vivo! Cristo vive”, lembrou sobre a exortação assinada pelo Papa Francisco.
Conforme Dom Adelar, a carta, escrita em tom muito simpático pelo Santo Padre aos jovens, quer manifestar a proximidade que a Igreja quer ter com eles, ajudando-os acolher Cristo em suas vidas. “Ele vive e te quer vivo” – inicia o documento. Segundo Dom Adelar, este “viver” baseia-se em encontrar a felicidade vivendo a alegria do Evangelho e uma Igreja jovem é identificada quando ela própria é capaz de retornar à sua origem, à sua fonte. O epíscopo destacou que o Evangelho não é para um momento da história, mas para todos, pois sua Palavra é sempre atual.
O Bispo de Cruz Alta, referencial da Juventude no Regional Sul 3 da CNBB, destacou as palavras centrais do documento e afirmou a importância da proximidade e do acompanhamento dos jovens, com estruturas pastorais apropriadas para isso. Dom Adelar pontuou os desafios e sofrimentos da juventude, seus anseios, o papel da família como principal ponto de referência e falou acerca do grande desafio que está no acompanhamento. Padre Marciano Guerra colaborou, ao explanar sobre a experiência realizada na diocese gaúcha, tendo em vista a necessidade de compor espaços de formação para as pessoas que acompanham os jovens e afirmou que o Setor Juventude de uma diocese deve ser uma verdadeira escola de comunhão, pela diversidade de juventudes ali inseridas.
Por fim, Dom Adelar repercutiu a síntese dos pontos centrais do Sínodo, com foco sobre o acompanhamento dos jovens (como acompanhá-los); a oferta de capacitação aos assessores àqueles que acompanham (pois é necessária formação e espiritualidade); ajudar os jovens a encarar o desafio da missão; dar testemunho e garantir acolhida.