Após três meses sem chances entre os titulares, zagueiro Platero comemora retorno e quer manter uma sequência na equipe
Aos 37 minutos do primeiro tempo do jogo com o Brasil de Pelotas, o goleiro Luiz saiu jogando errado e o camisa 10 do time adversário aproveitou a meta vazia para marcar o gol do empate. Chutou alto, com força. Mas quando a bola chega na linha, aparece a cabeça de Federico Platero para salvar. Era o aviso do uruguaio que ele estava ali, após um longo período sem chances.
“Foi bom voltar a ganhar. O (Gilson) Kleina falou comigo (que eu ia voltar ao time). Infelizmente foi devido à lesão do Léo Santos, mas eu trabalho sempre para jogar e quando a comissão técnica decidiu me colocar em campo, eu estou pronto para jogar. Esse é o meu trabalho”, destacou o jogador, ainda em “portunhol”, mas de maneira bastante clara, mostrando a adaptação.
“Tem que acostumar rapidamente para conseguir falar, conseguir conversar com os atletas, com a comissão técnica, e com os torcedores também. Acostumei rápido”, revela.
Platero, de 28 anos, chegou ao Criciúma no fim de janeiro, por indicação de Lugano (ex-zagueiro do São Paulo e da Seleção Uruguaia), na época em o Tigre tinha o técnico Doriva e o assessor de futebol Ricardo Rocha.
Foi titular em boa parte do Campeonato Catarinense, mas se lesionou, e mesmo recuperado, não soube mais o que era entrar em campo. Mesmo com a lesão de Sandro, viu o volante Liel ser improvisado no setor.
Após três meses sem jogar, admitiu que sentiu um pouco o ritmo de jogo, mas que estava preparado. “Não tinha dúvida que faria um bom jogo, estava pronto para jogar. Os primeiros minutos foram mais difíceis pelo ritmo mas depois foi bom”, garante o jogador de 1,87m, e que já vestiu a camisa do Uruguai no sub-20.
Sem jogar
Contratado pelo Criciúma após dois anos no Liverpool de Montevidéu, Platero estreou com a camisa tricolor no dia 9 de fevereiro, contra o Metropolitano, pela 7ª rodada do Campeonato Catarinense. Além de ajudar o time a não sofrer gol, o uruguaio ainda marcou o dele na vitória por 2 a 0. Era o que precisava para cair nas graças da torcida.
Titular absoluto com o técnico Doriva, se machucou na época em que o treinador foi demitido. E desde então não havia ganhado nenhuma chance com Gilson Kleina. “Eu machuquei a panturrilha direita no Catarinense, e fiquei umas três semanas fora, além da recuperação. Mas a gente tem que acreditar sempre. Acreditar que vai jogar e assim trabalhar. Eu trabalhava para jogar. É difícil ficar fora. Isso é verdade. Mas é o Criciúma. É um time. Não é individualidade. Ninguém é mais importante que ninguém e esse é o espírito de equipe”, garantiu o defensor.
Quanto ao lance salvador na partida diante do Brasil de Pelotas, quando o Criciúma venceu por 1 a 0, Platero garantiu que ‘só estava fazendo o trabalho’. “É o meu trabalho. É o trabalho de quem tem que defender o time”, afirmou, enfático, mas em seguida revelou que depois desse lance, ganhou mais confiança para o restante do jogo.
Tempo para trabalhar
Após pouco mais de uma semana de folga, o Criciúma segue em uma rotina forte de treinamentos visando o retorno da Série B do Campeonato Brasileiro. Mas com mais14 dias até o jogo com o Coritiba, a vontade dos jogadores é voltar logo aos jogos oficiais.
“Dá vontade de voltar rapidamente para jogar uma competição. O jogador necessita da competição. Agora vamos trabalhar pensando em voltar a jogar novamente e continuar como no último jogo, com o Brasil de Pelotas”, afirmou Platero.
O uruguaio, porém, também garante que esse período de intertemporada é benéfico ao Criciúma. “É importante para trabalhar. Para todo time é importante e para o Criciúma também. Dá tempo para a comissão trabalhar tática, técnica. É importante fisicamente também. Trabalhar o espírito de equipe, encaixar. São bons dias para trabalhar”, destacou.
Na torcida pela celeste
A Série B ganhou um mês de recesso, devido à disputa da Copa América, realizada no Brasil. E para Platero, a seleção de seu país é uma das candidatas ao título.
“É um time muito forte, está jogando bem. O espírito de equipe está forte. Faz tempo que o time está trabalhando junto, com os mesmos jogadores, e a mesma comissão técnica. É um candidato”, afirmou.
Nas quartas de final, o Uruguai terá o Peru pela frente, e caso chegue à final, pode enfrentar o Brasil. E perguntado para quem torcerá neste caso, Platero não titubeou: “Uruguai. Não tem como não torcer. Torcedor do Uruguai sempre!”, completou o zagueiro tricolor.