Condições climáticas dificultam a pesca artesanal no Rincão

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Desde a abertura da temporada de pesca, não houve sucesso na captura dos peixes

A pesca da Tainha está difícil em 2019. Desde a abertura da temporada de pesca, que aconteceu no dia 1º de maio, os pescadores não estão tendo êxito. Isso porque as condições climáticas não estão favorecendo a captura do peixe.

De acordo com o representante da Colônia de Pescadores de Balneário Rincão, João Pícollo, a dificuldade se estende por todo o estado de Santa Catarina. “A gente não tem visto nenhum arrastão, nenhum lance de tainha no estado. Isso acontece porque a temperatura não tem nos ajudado, não deu vento frio e não deu vento Sul”, explica João.

“Além disso, uma das causas se dá porque a água do mar, que faz o curso até o Rio de janeiro está quente. “A corrente que vem, está passando na nossa região, só que ela passa a 40m de profundidade e há uma área quente lá dentro que precisa esfriar. É difícil acontecer alguma coisa positiva até o momento”, projeta Picollo, presidente da Colônia Z-33.

De acordo com ele, as chuvas também influenciam, porque trazem madeiras dos rios, sujeiras e lixos que vem pela costa. “Não dá nem para soltar uma rede na praia porque é muita madeira, muita sujeira que vem dos rios e acaba vindo para orla marítima e isso atrapalha bastante a pesca”, conta.

Famílias

No Balneário Rincão, existem 400 famílias de pescadores, além de outras categorias que tem o direito de ter uma carteira de pescador simplesmente para realizar a prática da pesca. “400 famílias de pescadores recebem benefício, mas o número de pessoas com carteira de pesca está em torno de mil associados na Colônia de Pesca”, afirma.

O comércio da tainha funciona da seguinte maneira: cada pescador comercializa diretamente o pescado que ele mesmo captura e vende na praia, nas peixarias, nos supermercados e, às vezes, até em frigoríficos e demais empresas.

“No ano passado nós já tínhamos pescados nessa época do ano. No total de 2018, pescamos 80 toneladas até o final da safra e nessa época ele já tinha uma captura mais expressiva. Esse ano não se tem um lance bem-sucedido no Estado inteiro e todos estão preocupados”, conclui.

Pesca industrial

A pesca industrial está proibida no Estado. Isso porque, no ano passado, de acordo com João Picollo, a pesca industrial, além da cota permitida e prestaram informações inconsistentes sobre as atividades dos últimos meses, o que poderia causar a espécie de peixe em risco.

Neste ano, os representantes da pesca industrial, que realizam o trabalho em alto mar, entraram com um pedido de liminar na Justiça para que seja liberada a pesca industrial neste ano. Até o momento, apenas a pesca artesanal está liberada. O período se estende até o fim de junho.