Venda será realizada junto com a Feira da Agricultura Familiar na quinta-feira
Depois de alguns anos sem marcar presença na Semana Santa em Içara a “Feira do Peixe Vivo” será retomada. Parceria entre a Administração Municipal, Epagri e Coopafi, traz da volta uma tradição dos católicos que costuma preparar pratos a base de peixes. Segundo Jairo da Silveira, presidente da Cooperativa da Agricultura Familiar de Içara, mais de duas toneladas de tilápias serão comercializadas.
“A Feira acontecerá na próxima quinta-feira, das 7h às 14 horas, junto da Feira da Agricultura Familiar, quando serão disponibilizados mais de dois mil quilos de peixe”, explicou acrescentando que a retomada da ação se deu em função de muitas solicitações de moradores “além de ser, também, uma maneira de incentivarmos os criadores para ampliarem suas atividades”. A última edição da Feira do Peixe Vivo ocorreu em 2010. Ao todo, foram seis edições.
Peixe e a tradição religiosa
Na liturgia cristã, a Páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo, três dias após sua crucificação. A data sempre cai em um domingo, mas as atividades começam na Quinta-feira Santa, com a cerimônia de lava-pés. O rito revive a última ceia, quando Jesus, de joelhos, lavou os pés de seus apóstolos. Além da humildade, o ato simboliza a purificação.
Na Sexta-feira Santa, também conhecida como Sexta-feira da Paixão, Cristo foi condenado, carregou a cruz e foi crucificado. É dia de sacrifícios para os cristãos, em sinal de consternação pela morte de Jesus, não se deve comer carne vermelha. Isto porque, na época, a carne era artigo de luxo, rara à mesa das pessoas mais pobres. O peixe, por outro lado, era abundante e barato, por isso comum nas refeições dos mais humildes.
Mas comer peixe não significa só adotar a simplicidade. À espelho do que fez Jesus, o ato simboliza também uma penitência. O Padre Antoninho Rossi exalta que a Quaresma é tempo de reconstrução. “É um tempo de nos unirmos a Ele. Um tempo de abstinência, oração e reflexão. Quando falamos de abstinência, não se trata de tirar isso ou aquilo do cardápio, mas de fazer doação e caridade para, assim, dar sentido ao período Quaresmal”, explicou assinalando que as confissões também devem ter uma ênfase maior neste período, “pois a confissão é um momento de estado de graça. Momento de reconstruir a vida e a santidade”.
No Sábado de Aleluia, os cristãos refletem sobre a morte de Jesus, e no domingo renovam suas esperanças celebrando a ressurreição de Cristo e a promessa da remissão dos pecados e da vida eterna.