O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas Descartáveis e Flexíveis de Criciúma e Região convocou a categoria para as assembleias que vão montar a pauta de reivindicações a ser apresentada à classe patronal durante a campanha salarial deste ano. Os encontros terão início por Içara, na segunda-feira.

A mobilização será realizada na sede da Associação dos Aposentados e Pensionistas em dois momentos, às 9h30min e às 17h30min, conforme previsto em edital. As assembleias serão realizadas ainda no auditório Milton Mendes de Oliveira, na sede social da entidade, em Criciúma, na terça-feira, e no salão paroquial da Igreja Santa Otília, em Orleans, na quarta.

Nas reuniões, o sindicato laboral estará disposto a receber sugestões de melhorias no ambiente de trabalho por parte dos trabalhadores e fará a aprovação do rol de reivindicações. Além disso, as cláusulas econômicas serão colocadas em pauta.

“Às vezes, a executiva tem uma ideia e talvez surja alguma proposta para ser colocada no rol na assembleia”, explica Joel Bittencourt, vice-presidente do sindicato. De acordo com ele, a principal reivindicação econômica será de ganho de 100% sobre o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, usado no cálculo da inflação do período).

O edital de convocação pode ser encontrado no site da entidade, através do endereço eletrônico: www.quimicoscriciuma.org.br. A perspectiva é de que a pauta de reivindicações seja encaminhada às empresas do setor ainda neste mês ou no início de abril. A data-base da categoria é 1º de abril.

 

Classe patronal

 

Os Sindicatos das Indústrias Plásticas do Sul Catarinense (Sinplasc) e das Indústrias de Descartáveis Plásticos do Estado de Santa Catarina (Sindesc) ainda não formaram a comissão de negociação.

De acordo com Elias Caetano, secretário executivo do Sinplasc, todas as decisões serão tomadas pela assembleia patronal, inclusive os encaminhamentos acerca da comissão. “Como sempre, após o término das assembleias dos empregados, a categoria patronal aguardará o rol de reivindicações para posteriormente convocar assembleia para que as empresas deliberem os encaminhamentos relativos à convenção 2019/2020, defendendo sempre o que for melhor para todo o setor e região”, explica Caetano.

 

Longa negociação

 

Em 2018, as negociações entre patrões e empregados iniciaram em março, quando a pauta de reivindicações foi entregue às empresas, e se estenderam por mais de nove meses.

“No ano passado, eles (sindicato patronal) trouxeram a reforma trabalhista para as negociações e a gente discutiu até onde foi possível”, conta Joel Bittencourt.

Os mais de 8 mil trabalhadores das indústrias plásticas de Criciúma e região tiveram a nova convenção coletiva firmada entre os sindicatos profissional e patronal apenas no dia 24 de janeiro, após diversas rodadas de negociação frustradas. O acordo só ocorreu após a mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em ação de dissídio coletivo impetrada pelas empresas.

Entre os itens aprovados, estão o reajuste salarial de 2% (dos quais, 1,56% refere-se à inflação do período), pagamento do retroativo, abono de férias no valor de R$ 870, homologações de rescisões de contrato de trabalho com mais de nove meses de empresa feitas no sindicato profissional e extinção da cláusula que tratava do banco de horas.

“Foi uma negociação atípica, a primeira depois da reforma trabalhista, e manter direitos históricos foi o principal objetivo da diretoria do sindicato, pois sem convenção coletiva, vigora a CLT reformada, que retirou dezenas de direitos dos trabalhadores”, aponta o presidente do sindicato laboral, Carlos de Cordes.