Uma semana depois de demitir Nei Pandolfo, o Criciúma acertou a contratação do novo executivo de futebol. João Carlos Maringá, de 55 anos, foi apresentado na segunda-feira em entrevista coletiva realizada na Sala de Imprensa Clésio Búrigo, no estádio Heriberto Hülse, e já começou a trabalhar no que define como o “resgate” do espírito vencedor que permeia a história do clube.
“Está claro para todo mundo que, nos últimos tempos, os resultados em campo não condizem com a grandeza do Criciúma. E esse vai ser o meu grande objetivo a partir de hoje. Estamos trabalhando para resgatar o Criciúma como um clube vencedor. Não se admite perder jogos da maneira que o Criciúma perde hoje e não reagindo da forma que tem que reagir”, sustenta o dirigente.
Segundo ele, para quem observa de fora, a impressão é de que não existe no grupo indignação por causa dos maus resultados. “E nós vamos resgatar isso junto aos atletas. O mínimo que podemos dar para o torcedor é mostrar no final dos 90 minutos que cada um jogou no seu limite. Já vi, inclusive aqui dentro do estádio, o torcedor aplaudir o time mesmo em resultados adversos. O torcedor quer um time com raça, com garra, com determinação e esse vai ser o meu objetivo”, promete Maringá.
Ele aproveita para pedir paciência à torcida. “Quero fazer um pedido ao torcedor para virar a página. O torcedor está chateado e com toda razão, mas quero pedir que nos dê credibilidade, um pouco tempo e tenho certeza que os resultados virão. Com o apoio do torcedor isso vai ser mais fácil. A torcida é fora de série, enche o estádio, apoia até o final”, elogia.
Estadual
O primeiro passo é reagir no Estadual, no qual o Tigre ocupa a sexta colocação. “Pelo nível de jogadores que tem, pode render mais e vamos conversar com eles sobre isso, para entender o que está acontecendo. O lugar do Criciúma era brigando com Figueirense, Avaí, Chapecoense. Teria que estar pelo menos em terceiro, quarto lugar no campeonato. Vou ouvir as pessoas envolvidas para tentar entender porque o Criciúma se descaracterizou”, projeta Maringá.
“Faltam seis jogos no Catarinense e pela histórico o Criciúma não pode abandonar o campeonato. Tem que trabalhar para classificar. Mas a prioridade são os próximos jogos da Copa do Brasil e o Brasileiro”, reconhece.
Carreira
Ex-jogador, Maringá chegou a defender o Criciúma em 1994. Como dirigente no departamento de futebol, ele trabalhou por algumas temporadas na Chapecoense e teve também uma passagem pelo Joinville.
Agora, se mostra motivado para atingir os objetivos do Criciúma na temporada. “A gente espera que o Tigre retome o caminho das vitórias e que faça o torcedor vir feliz ao estádio. Joguei tanto a favor quanto contra e sei da força dessa torcida”, ressalta Maringá, que firmou acordo com o Tigre até o fim da Série B do Campeonato Brasileiro.
Expectativa pela contratação do técnico
João Carlos Maringá entende que a diretoria agiu bem ao escolher o executivo de futebol antes de acertar com o novo técnico. “Para juntos definirem o nome do treinador com perfil ganhador. O presidente trouxe um diretor vencedor e quer também um treinador com esse perfil”, relata o dirigente.
Segundo ele, a expectativa é contratar logo o profissional, algo que ainda não havia ocorrido até o fechamento desta matéria. “Esperamos definir nos próximos dias. Não temos muito tempo. Além do Catarinense, temos também a Copa do Brasil, que pelo fator financeiro é muito importante, mexeria com o segundo semestre do Criciúma caso passe pela Chapecoense, e o Campeonato Brasileiro, que é muito rápido para chegar. Se nós conseguirmos definir no meio da semana o nome seria muito bem para iniciarmos bem nosso trabalho. Todos os nomes citados até agora são bons treinadores”, avalia.
Contra a Chapecoense, quem comandou o time foi o auxiliar técnico Wilsão, mas ele não sabe se manterá a condição de interino na próxima partida, contra o Atlético Tubarão, no domingo.
“Não sei, depende da diretoria. Estou apto na minha função, fiz a minha parte, como foi pedido. Amanhã é outro dia e vamos ver o que vai acontecer”, diz Wilsão, para quem a derrota no domingo não foi um resultado justo.
“Tivemos a posse de bola na maior parte do tempo, criamos algumas situações, mas poderíamos ter finalizado um pouco mais. Faltou entrar um pouco mais na área, tivemos essa dificuldade que comprometeu o resultado. O Criciúma domina os jogos, mas não consegue fazer os gols. O principal problema é a falta de finalização. Mas não tem outra alternativa, a não ser continuar o trabalho”, entende o técnico interino.