SindArroz-SC prevê queda de até 8% na produção de 2025/26 e redução do uso de insumos, o que pode afetar a qualidade do grão e a geração de empregos no estado
Da Redação
O preço da saca de arroz de 50 quilos continua em queda no Brasil e provoca apreensão entre produtores e indústrias de Santa Catarina. Neste mês, o valor iniciou em R$ 65 e já atinge R$ 58 em algumas indústrias, patamar não registrado desde a pandemia de Covid-19. O Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC) alerta que, se a tendência persistir, haverá redução de qualidade do grão e dificuldade para a próxima safra.
Segundo o presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli, a crise resulta de oferta elevada no Mercosul e custos fixos de cultivo, colheita e beneficiamento. “Enquanto os custos com embalagens e insumos seguem em alta, o valor da saca de arroz continua em queda, pressionando as margens de lucro tanto do produtor quanto da indústria”, disse. Para manter a produção, o preço ideal seria de R$ 80 a R$ 85.
O presidente da Cooperja e da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Vanir Zanatta, afirmou que a isenção do imposto de importação do arroz reduz a competitividade das indústrias e agrava a crise. “O mundo produziu mais arroz e todos querem exportar, enquanto o consumidor pode escolher produto mais barato. Com esses preços, o produtor fica desanimado”, declarou.
Arlindo Manenti, presidente da Coopersulca, apontou que políticas de exportação mais favoráveis ajudariam a equilibrar o mercado. “Pagamos impostos para produzir e exportar, enquanto outros países vendem aqui sem subsídios, o que prejudica os produtores nacionais”, disse.
Em agosto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) leiloou 109,2 mil toneladas para formação de estoque regulador, mas o SindArroz-SC considera a medida insuficiente. Caso os preços permaneçam baixos, a entidade prevê queda de até 8% na produção de 2025/26 e redução do uso de insumos, o que pode afetar a qualidade do grão e a geração de empregos no estado.
