Vaguinho em situação de rua
O prefeito de Criciúma, Vagner Espíndola, se despiu da tradicional camiseta #Criciúma e foi para as ruas. Com maquiagem, barba e um agasalho surrado, ele perambulou pelas ruas de Criciúma. A intenção: sentir na pele o que vive um morador em situação de rua e, a partir dessa experiência, desenvolver novas políticas públicas para o setor. Durante a experiência, o prefeito recebeu comida, dinheiro no semáforo e chegou a passar pela esposa e pelos filhos. À noite foi para o Pinheirinho e, durante a madrugada, foi interpelado pelas equipes de abordagem de rua. Nesse momento, ele se identificou e encerrou a experiência.
A avaliação
O prefeito falou à Rádio Cidade em Dia e destacou os momentos vivenciados durante o experimento. Ele contou que toda a experiência foi feita em sigilo. “Apenas a equipe de produção e minha esposa sabiam. Eu queria o anonimato para sentir na pele o que o outro sente”.
Segundo ele, foram 20 horas de uma experiência significativa. “Quando eu estava passando pelas ruas no amanhecer, em frente a lanchonetes, crianças e outras pessoas vieram me trazer pão, me trazer café. Eu também fiquei 15 minutos no semáforo e arrecadei R$ 6 em moedas. Isso mostrou o quanto nossas pessoas são solidárias. Isso mostra que a campanha feita para que as pessoas não deem esmola não surtiu efeito, porque essas doações são usadas, infelizmente, para que essa população siga nas ruas”.
O prefeito também se misturou ao restante da população de rua e questionou sobre casa de passagem, internação, Centro Pop. “Desta experiência vamos endurecer o combate ao tráfico e à criminalidade, e vamos mudar a maneira de enfrentar a questão dos moradores em situação de rua, incluindo internação involuntária”.
Jornalista já viveu mesmo cenário
Experiência social vivida por Vaguinho Espíndola não é nova. Na virada dos anos 1990 para 2000, no extinto Jornal da Manhã, o jornalista e publicitário Mhanoel Mendes foi às ruas para duas experiências. Na primeira delas, ele caminhou como “andarilho” pela BR-101 até Florianópolis. Na outra, no dia de Natal, aniversário de Mendes, ele foi para as ruas de Criciúma para viver como morador de rua. Toda a ação foi captada à distância pelo repórter fotográfico Maurício Vieira e rendeu uma reportagem especial. “Tive duas vivências fortes. Uma como ‘trecheiro’ de Criciúma a Floripa e outra como ‘pedinte/mendigo’ em Criciúma no dia do Natal, meu aniversário. Ainda reverbera dentro de mim até hoje”, resume Mendes.
Enigmático
Momentos antes do vídeo de Vaguinho ser lançado, um vídeo curto do prefeito Salvaro chamou a atenção nas redes. Em poucos segundos, ele fala que “um dia todos os traidores se arrependerão”. Não há nenhuma menção explícita ao posicionamento de Vaguinho. Os dois estiveram juntos no último Café Bergamasco, mas… que a pulga ficou atrás da orelha, ah, ela ficou.
O convite de Marquinhos
O vereador Marcos Machado aproveitou a sessão de ontem (29) no Legislativo de Criciúma para fazer a defesa da secretária de Educação Luciane Ceretta. Ressaltou o trabalho da reitora licenciada da Unesc e fez questão de dizer que ela é fruto do MDB. “Porque foi a enfermeira responsável pela implantação das unidades de saúde da família na Prefeitura do MDB”.
Ele fez questão de listar e destacar as obras que estão sendo executadas em escolas públicas de Criciúma. “Na escola Heriberto Hülse, no Cedup, na escola do bairro São Cristóvão, na João Frasseto, na Irmã Edwirges e no Colegião”, pontuou o vereador e emendou o convite: “Isso é jeito Luciane Ceretta de ser. Me orgulho porque ela é fruto do MDB. Por isso eu digo: professora Luciane, volte para a tua casa, vem para o MDB. Estamos te esperando de portas abertas e, se preciso for, para disputar a eleição como quadro do MDB estadual, orgulhando a região”.
Ortopedia em risco
O serviço de ortopedia do Hospital São Donato está em risco. A informação é do diretor administrativo do São Donato, Júlio de Lucca. Segundo ele, o grupo de médicos que atua no setor e a direção do hospital não chegaram a um acordo financeiro. “O ponto é que eles cobram um valor que nós não conseguimos atingir e não podemos aceitar sob risco de inviabilizar o hospital. Ainda estamos conversando, buscando alternativas com outros profissionais da área médica, mas já fizemos o que a legislação determina. Avisamos a todos que, a partir do dia 13 de agosto, estes atendimentos devem ser encaminhados para o hospital de referência, neste caso o São José”, explica.
A Câmara de Içara está chamando para uma reunião, reagindo — talvez um pouco tarde demais — para tentar encontrar uma solução. Certo é que, se o serviço for de fato suspenso, o São José vai ficar abarrotado de atendimentos.
De Lucca, na entrevista que concedeu, também falou sobre a saúde financeira do hospital. “Dizer que está tudo certo é exagero. Qualquer instituição de saúde que atende SUS tem suas dificuldades, mas vamos fechar a conta no zero a zero”.