Cidade exportou mais de 9,3 milhões de dólares para os EUA só no primeiro semestre de 2025 em ladrilhos cerâmicos e madeira perfilada e outros itens
Criciúma
Com vendas que ultrapassaram 9,3 milhões de dólares aos Estados Unidos no primeiro semestre de 2025, Criciúma enfrenta os efeitos das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. A política de taxação de até 50% sobre produtos importados afeta diretamente os principais itens exportados pela cidade, como ladrilhos cerâmicos e madeira perfilada, reduzindo a competitividade dos produtos locais no mercado norte-americano.
Entre janeiro e junho, as exportações de ladrilhos cerâmicos somaram aproximadamente 5 milhões de dólares. A madeira perfilada foi responsável por um volume próximo de 3,3 milhões de dólares. As medidas de caráter protecionista aplicadas pelos Estados Unidos ampliam os custos de entrada dos produtos brasileiros, o que tende a reduzir a demanda internacional e deslocar parte da produção para o mercado interno.
De acordo com o secretário municipal de desenvolvimento econômico, Tiago Fabris (foto), que falou sobre o assunto no Programa Adelor Lessa ontem (14), os reflexos devem aparecer principalmente na diminuição da competitividade frente a outros países exportadores e no aumento da disponibilidade de produtos no mercado nacional. “Os efeitos mais imediatos devem ser sentidos na queda de competitividade frente a outros países e no aumento da oferta interna, o que pode impactar preços locais”, disse.
Com o objetivo de estruturar a economia municipal para enfrentar cenários como esse, a prefeitura lançou o programa “Criciúma Mais 25”, voltado ao planejamento do desenvolvimento urbano, educação, saúde e inovação com metas até 2050. “A construção de estratégias de longo prazo é essencial para fortalecer a economia local frente a instabilidades externas como a guerra comercial liderada pelos EUA”, afirmou Fabris.
A iniciativa prevê ações para diversificar a base econômica da cidade, reduzindo a dependência de setores vulneráveis às flutuações do comércio exterior. Com isso, a administração busca criar um ambiente mais resiliente a crises internacionais, articulando políticas públicas com foco em sustentabilidade econômica e adaptação ao cenário global.
O impacto da política comercial norte-americana ainda será avaliado nos próximos trimestres, à medida que os contratos de exportação forem renegociados e os efeitos das tarifas forem incorporados à cadeia produtiva local.
(Colaboração Maryele Cardoso)